25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

MIOCARDITE VIRAL EM ATLETA: RELATO DE CASO

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: A miocardite, nome dado à inflamação do tecido cardíaco independente da causa, está entre os 78 motivos de internação por motivo cardíaco, identificados pelo DATA SUS em todo o Ceará. Dentre as causas mais comuns de miocardite está a exposição viral, em que a sua patogênese resulta em agressão cardíaca seguida de resposta imunológica do hospedeiro na forma de inflamação do miocárdio, podendo ter seu diagnóstico dificultado pela presença de sorologia viral negativa. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Trata-se de um paciente do sexo masculino, 36 anos, branco, atleta amador, casado, católico. Paciente assintomático refere incapacidade de ganho de rendimento após mais de um ano de treinos frequentes, percebida de forma gradativa. Relata perda de rendimento próximo ao limite final de provas de endurance, com ausência de sintomas secundários ao esforço físico. Em julho de 2015, foi diagnosticado com bloqueio do ramo esquerdo, fração de ejeção ventricular baixa (FEVE = 29%), menor que o valor de referência, acima de 58%. Ventrículo esquerdo apresentou dilatação importante. Tais exames foram solicitados visto que o paciente apresentou baixa capacidade aeróbica relativa a um atleta, na ausência de alterações visíveis no eletrocardiograma. Além disso, em exame de angiotomografia computadorizada, observou-se circulação coronariana com dominância direita e ausência de anomalia de origem. Não relata hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemias e tabagismo. Refere ausência de prática de exercícios durante o período após diagnósticos até julho de 2017, quando apresentou melhora da fração de ejeção ventricular (FEVE = 48%). Durante esse período, o paciente fez administração de Losartana, Caverdilol e diuréticos. Atualmente, o paciente apresenta-se assintomático e mantém atividade física em exercícios para hipertrofia muscular e corrida, com restrição de intensidade do exercício conforme exaustão. Relata que o fator psicológico, desencadeado por ausência de diagnóstico preciso, interfere, por vezes, negativamente nos treinos. Não faz tratamento farmacológico desde seu diagnóstico de melhora, na metade do ano de 2017. O paciente tem uma solicitação de ressonância magnética do coração, que ainda não foi realizada, mas que tem como objetivo avaliar FEVE e presença de realce tardio. Desde o início do acompanhamento médico do paciente, houve a sugestão de um quadro de Miocardite Viral, contudo exames de sorologia mostraram-se negativos, dificultando, assim, o diagnóstico preciso. CONCLUSÃO: Nesse relato, pelas manifestações clínicas tem-se a hipótese de que a causa do quadro assintomático é Miocardite Viral. Por esse ponto, isso se configura em uma situação incomum, uma vez que o paciente com Miocardite Viral diagnosticada e tratada rapidamente pode ter as incapacitações criadas por ela eliminadas, o que não aconteceu efetivamente. Esse contexto torna o relato apresentado ainda mais relevante, promovendo auxílio diagnóstico à comunidade científica.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Miocardite Viral; Atleta; Cardiologia Esportiva

Área

Clínico

Autores

Ícaro Cavalcante Dias Araújo, Luís Henrique Correia Lima de Oliveira, Davi Tito Pereira Moreira, José Igor de Carvalho Freitas, Lúcio Soares e Silva Neto, Nilo Matos Cunha Júnior, Igor Jungers de Campos, Gisele Lima Oliveira Medeiros, Antônio Romério Leite de Macêdo