25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Trombose precoce de stent coronariano por má adesão terapêutica: Relato de Caso

Resumo estruturado

Introdução: As principais diretrizes em cardiologia, atualmente, recomendam o uso da dupla antiagregação (DAPT), por um ano, para os pacientes submetidos à angioplastia transluminal coronária (ATC) com colocação de stent no contexto de Infarto Agudo do Miocárdio com supra do segmento ST (IAMCSST). A cessação precoce da DAPT pode ocasionar efeitos deletérios como trombose de stent e novos eventos cardíacos.
Relato de caso: Paciente, masculino, 65 anos, hipertenso de longa data sem tratamento, apresentando uma carga tabágica de 55 maços/ano, foi submetido a uma angioplastia com colocação de stent farmacológico em artéria coronária direita (ACD), devido a um IAMCSST em parede inferior. Após estabilização clínica, paciente recebeu alta hospitalar com as devidas orientações para a continuidade do tratamento farmacológico (inclusive em uso da DAPT com AAS e Clopidogrel) e com uma proposta de ATC eletiva para colocação de novos stents farmacológicos em artérias descendente anterior (ADA) e circunflexa (ACx). Porém, após não aderir ao tratamento farmacológico proposto, num período de 14 dias, apresentou um novo quadro de precordialgia, sem irradiação, associada a dispneia importante e súbita, o que o fez procurar atendimento na Unidade de Pronto Atendimento. Ao eletrocardiograma (ECG), observou-se IAMCSST de parede inferior, sendo encaminhado ao serviço hospitalar. Apresentava delta T de cinco horas desde o início da dor, sendo imediatamente levado ao laboratório de hemodinâmica para realização de cineangiocoronariografia urgência, onde evidenciou-se uma obstrução de 100% em terço proximal da ACD, devido a uma trombose intra-stent. Ainda apresentava as lesões no sistema esquerdo: 90% de obstrução na ACx em seu terço médio, obstrução de 99% no ramo marginal da ACx, além de 50% de obstrução no terço médio da ADA. Optou-se pela realização de uma nova ATC com colocação de dois stents farmacológicos para a ACD, observando-se ainda, uma alta carga trombótica, sendo iniciado o inibidor da GPIIbIIIa (Tirofiban). Após o procedimento, o paciente evoluiu com persistência da dor torácica, porém sem alterações ao ECG, sendo estabilizado clinicamente, recebendo alta hospitalar, com programação de abordagem das outras lesões em segundo momento.
Conclusão: A DAPT é uma terapia necessária e benéfica no tratamento pós-IAMCSST com colocação de stent. Uma das principais consequências da sua cessação é a trombose do stent, como visto no caso explicitado. Novos estudos são necessários para o desenvolvimento de estruturas que contenham mecanismos que possam manter sua patência por maiores períodos.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Dupla antiagregação plaquetária, IAM, Stent

Área

Clínico

Autores

Arthur Rafhael Amorim Alves Esmeraldo, Larissa Chagas Corrêa, Olavo Napoleão de Araújo Neto, Fernanda Brito Sabino Freitas, Emanuele Tavares Sales De Araújo, Isabela Rodrigues Brandão, Ana Maria Lima Carneiro De Andrade, Rebeca Viana Brígido De Moura