25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

APRESENTAÇAO TIPICA DE FEBRE REUMATICA EM JOVEM : UM RELATO DE CASO

Resumo estruturado

Introdução: A Febre Reumática possui manifestações multissistêmicas e resulta de reação autoimune posterior à infecção por estreptococos do grupo A (SGA). Ressalta-se que a infecção estreptocócica é, frequentemente, subclínica, embora diversos pacientes apresentem faringite prévia por SGA. Após período de latência de, em média, 3 semanas, é comum o aparecimento de poliartrite (60%), cardite (50%) e Coreia de Sydenham (30%). Dentre as manifestações cutâneas da Febre Reumática, destacam-se eritema marginado e nódulos subcutâneos, encontrados em menos de 5% dos casos. Atualmente, o diagnóstico baseia-se nos critérios de Jones, atualizados em 2015, sendo necessário a presença de 2 critérios maiores ou 1 maior e 2 menores, associado à evidência de infecção prévia por SGA. Relato: Paciente feminino, 15 anos, procedente de Guaraciaba do Norte – CE, iniciou quadro de dor torácica com irradiação para membro superior esquerdo, associada à dispneia aos grandes esforços há cerca de 2 anos. Procurou atendimento no hospital de origem, onde foi realizado radiografia de tórax que estava sem alterações. Após 1 semana, evoluiu com cefaléia, febre e movimentos coreicos, os quais surgiram inicialmente em hemicorpo esquerdo, evoluindo para o direito e pescoço. Ademais, apresentou dor e edema em grandes articulações, como joelho e tornozelo, impedindo-a de deambular. Relata, ainda, surgimento de máculas eritematosas em MMII aos 9 anos, que desapareceram espontaneamente. Devido à piora do quadro, procurou atendimento particular na cidade de origem, na qual foi realizado Ecocardiograma transtorácico (ECOtt), eletrocardiograma (ECG) e exames laboratoriais, evidenciando: valvulopatia mitral de etiologia reumática com insuficiência de grau importante, proteína C reativa reagente (+++) e velocidade de hemossedimentação de 35 mm³ na primeira hora. Foi encaminhada ao Hospital do Coração de Sobral, onde realizou novo ECOtt, evidenciando valvulopatia mitral e aórtica de etiologia reumática, insuficiência mitral de grau importante, insuficiência aórtica de grau discreto e aumento discreto do átrio esquerdo. Refere história de faringoamigdalites de repetição. Atualmente, paciente encontra-se com leves movimentos coreicos em quirodáctilos e dispneia aos esforços. Faz uso de Haldol 1g, Penicilina G Benzatina a cada 21 dias e Furosemida em dias alternados. Ao exame, apresentava sopro sistólico (4+/6+) em foco mitral, irradiando para foco tricúspide. Permanece aguardando cirurgia para troca de válvula mitral. Conclusão: O diagnóstico de Febre Reumática do caso em questão foi confirmado pela presença de infecção prévia pelo SGA, associada à presença de 4 critérios maiores e 3 critérios menores. De acordo com a idade da paciente e considerando desejo de futura gestação, espera-se a substituição de valva mitral por prótese biológica, apesar da desvantagem de sua baixa durabilidade.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Febre Reumática, Coreia de Sydenham, prótese biológica

Área

Clínico

Autores

Raquel Mourisca Rabelo, Marcos Miranda Vasconcelos, Pedro Jeronimo Dantas, Maria Rilda Loiola de Vasconcelos, Lizia Maria Andrade Melo de Aguiar, Gabriel Cavalcante Lima Chagas, Amanda Ribeiro Rangel, Luzia Keyne Sousa Carneiro Frota