25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

MIOCARDIOPATIA NAO COMPACTADA: RELATO DE CASO

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: A miocardiopatia não compactada(MNC) é uma doença rara,geneticamente determinada e provavelmente surge no período embrionário com a parada intrauterina da compactação miocárdica,determinando trabeculações miocárdicas proeminentes e espessamento do miocárdio em duas camadas distintas. Neste processo, ocorre persistência de trabeculações, resultando em miocárdio espesso não conectado com a circulação coronariana. O objetivo desse estudo foi explanar sobre essa patologia, por meio do relato de caso de um portador de MNC diagnosticado no Hospital de Messejana(HM),em Fortaleza-CE. RESULTADOS: FXRS, masculino, 64 anos, pardo, hipertenso e IC compensada. Em 2017 procurou pronto atendimento no HM com dispneia,sendo evidenciado no eletrocardiograma(ECG) uma taquicardia ventricular monomórfica(TVM), reversível após cardioversão elétrica(CVE). Após a realização desse procedimento, repetido ECG, no qual foi verificado infra do segmento ST e supra em V1 e AVR.Foi indicado um cateterismo(CATE) e um ECO, uma vez do fator de risco para evolução para IAM.No CATE foi observado coronárias sem lesões obstrutivas significativas e disfunção global importante do ventrículo esquerdo (VE). No ECO evidenciou-se fração de ejeção do VE de 30%, hipocinesia global do VE e aumento das trabeculações do ápice do VE, sugestivo de MNC. Nesse sentido, foi indicado um cardiodesfibrilador implantável (CDI), evoluindo com melhora clínica e mantendo seguindo ambulatorial no HM. Em janeiro de 2019, paciente referiu sentir sete disparos pelo CDI, evoluindo com dispneia em repouso, fadiga e síncope.Após cinco dias de início do quadro,procurou auxílio em clínica, estando taquicárdico(193bpm), sendo realizado um novo ECO, que mostrou dilatação moderada de VE e AE,hipertrofia excêntrica de VE, hipocinesia médio-apical dos segmentos de VE,sendo encaminhado para o HM. O ECG da admissão mostrou uma TVM sustentada, sendo realizada CVE. Foi mantida algumas medicações da terapia otimizada da ICe anticoagulação e foi solicitada ainda uma avaliação do CDI. Após avaliação do CDI, paciente assintomático, estável hemodinamicamente, recebeu alta hospitalar. DISCUSSÃO: A MNC apresenta uma expressividade variável do quadro clínico, pacientes podem ser assintomáticos ou apresentar quadro de insuficiência cardíaca(IC), arritmias e tromboembolismo sistêmico. A maioria dos pacientes apresentará, ao longo dos anos, sintomas de falência ventricular. A origem da disfunção nesses indivíduos ainda é obscura, mas acredita-se que a disfunção microcirculatória e, consequentemente, a hipoperfusão subendocárdica corrobora de forma determinante para esse quadro. CONCLUSÃO: Neste caso foi visto que o paciente apresentava achados compatíveis com o diagnóstico de MNC. Enfermidade que necessita de diagnóstico precoce para que as medidas a serem tomadas sejam eficazes,valendo ressaltar que a suspeita diagnóstica deve acontecer em todos com achados de falência ventricular, arritmia ventricular e eventos embólicos.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Cardiomiopatias, cardiopatias congênitas, insuficiência cardíaca

Área

Clínico

Autores

Isabelle Maria Oliveira de Sousa, Davi Candeira Cardoso, Larissa Cristina Paula Amorim, Mariana Nogueira Dantas, Frederico Carlos de Sousa Arnaud, Filadelfo Rodrigues Filho, José Mozart Ribeiro Neto