25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

PRINCIPAIS COMPLICAÇOES APRESENTADAS POR PACIENTES PORTADORES DE PROTESE CARDIACA VALVAR MECANICA ACOMPANHADOS EM UM AMBULATORIO ESPECIALIZADO

Resumo estruturado

Os pacientes portadores de prótese cardíaca valvar devem ser orientados quanto a práticas que são recomendadas nas Diretrizes Brasileiras de Valvopatias (TARASOUTCHI et al., 2011), objetivando a manutenção das próteses e prevenção de complicações. Dentre essas recomendações estão: alimentação saudável, atividade física, uso regular das medicações, seguimento da terapia de anticoagulação a longo prazo, verificação do INR regularmente, visitas regulares aos profissionais, medidas de prevenção de endocardite infecciosa, como a profilaxia antibiótica em tratamento dentário, ou trato respiratório, genitourinário e gastrointestinal. Assim, o objetivo deste estudo foi identificar as principais complicações em pacientes portadores de prótese cardíaca valvar mecânica. METODOLOGIA: Estudo descritivo e transversal, desenvolvido em dois ambulatórios de anticoagulação de hospitais escola de Fortaleza/Ce. Compôs a amostra 127 pacientes com doença cardíaca valvar. Coletou-se os dados por meio de entrevista, utilizando formulários. O estudo recebeu aprovação do comitê de ética (no 422.098). RESULTADOS e DISCUSSÃO: 87,4% dos pacientes apresentaram alguma complicação após o procedimento cirúrgico. Destes, 70 (55,1%) apresentaram algum evento hemorrágico. Epistaxe foi o evento mais frequente, presente em 34,3% dos pacientes, seguido de gengivorragias (30%), equimoses (24,3%), hematúria (21,4%) e sangramento transvaginal (18,6%). Houve ainda a ocorrência de acidente vascular cerebral hemorrágico em dois pacientes (1,6%). Destaca-se que 31 pacientes (44,3%) apresentaram mais de um evento hemorrágico. Com relação aos eventos tromboembólicos, 17 pacientes (13,4%) apresentaram acidente vascular cerebral isquêmico e um paciente (5,8%) apresentou trombose venosa profunda. Estes dados são considerados preocupantes visto que as sequelas permanentes decorrentes de um evento tromboembólico são, em geral, mais graves que as complicações hemorrágicas, o índice médio anual de sangramento fatal varia de 0,07% a 0,7%, já na embolia arterial, os episódios fatais são de aproximadamente 20% ao ano, e 40% resultam em incapacidade permanente. Apenas 01 (0,8%) paciente apresentou incompatibilidade com a prótese. Com relação a endocardite, 7,1% dos pacientes apresentaram essa condição, a qual é uma doença com alta morbimortalidade e que manteve sua incidência nas últimas décadas, apesar dos progressos de diagnóstico e de tratamento. Com relação às complicações por disfunção de prótese, observou-se que 11% dos pacientes realizaram reoperações para troca valvar devido disfunção. CONCLUSÃO: Assim, diante desta realidade, é de fundamental importância que os profissionais da equipe dos ambulatórios de valvopatias, especialmente os enfermeiros, estejam atentos para as possíveis complicações nesta população além da necessidade de um acompanhamento contínuo no intuito de estabelecer estratégias para a adesão das orientações para o autocuidado, tornando-os mais autônomos durante o tratamento.

Palavras-chave (de 3 a 5)

ENFERMAGEM, VALVAS CARDÍACAS, AUTO CUIDADO

Área

Clínico

Autores

LIDIA STELLA TEIXEIRA MENESES, JERUZA MARA OLIVEIRA, SHERIDA KARANINI PAZ OLIVEIRA, JOAO JOSE AQUINO MACHADO, FRANCISCA ELISANGELA TEIXEIRA LIMA , CAMILA LIMA SANTOS, ANA CAROLINA LOBO SANTOS, BERTIANE MARIA GADELHA FREITAS