25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

INFARTO DO MIOCARDIO EM PACIENTE JOVEM NA AUSENCIA DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA OBSTRUTIVA: UM RELATO DE CASO.

Resumo estruturado

Introdução: O infarto do miocárdio na ausência de doença arterial coronariana obstrutiva (MINOCA) tem como prevalência aproximadamente 5% dos pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM), ainda que sua definição, diagnóstico e manejo não estejam bem estabelecidos pela carência de estudos acerca desse tema. Algumas características, todavia, podem ser investigadas visando ao estabelecimento desse diagnóstico, baseado em estudos da Sociedade Europeia de Cardiologia. Dentre elas, deve haver elevação de troponinas acima do percentil 99, ausência de lesão em coronárias à angiografia e exclusão de causas que possam sobrepor essa condição por apresentarem aumento dos marcadores cardíacos, como a ocorrência de sepse ou tromboembolismo pulmonar. As principais causas de MINOCA são ateroscleróticas, por ruptura de placa, ou por causas não ateroscleróticas, como vasoespasmo coronariano, disfunção microvascular, trombose, dissecção coronariana espontânea e distúrbios de oferta e demanda. Discussão: Paciente E.L.M., sexo feminino, 45 anos, deu entrada no departamento de emergência de um Hospital Terciário com quadro de dor torácica, dispneia e diminuição da pressão arterial. A dispneia iniciou subitamente há 1 dia, aos pequenos esforços, com piora em decúbito dorsal e melhora em posição ortostática. Após 1 hora desse quadro, apresentou dor torácica retroesternal, em aperto, ventilatória-dependente, sem irradiação, sudorese, náuseas e vômitos. Na admissão apresentava regular estado geral, acianótica, afebril, anictérica, orientada, hidratada e hipocorada (+/4+), com pressão arterial de 90 x 50 mmHg, frequência cardíaca de 105 bpm, frequência respiratória de 35 irpm e saturação de oxigênio de 92%. Foi evidenciado no eletrocardiograma supra do seguimento ST em derivações D3, aVR e V1. Não havia alterações em ausculta cardíaca e respiratória. No mesmo dia foram realizados exames laboratoriais, cujos resultados foram: hemoglobina de 11,6 g/dL, hematócrito de 36%, leucócitos 8100/mm3, plaquetas 359.000/mm3, INR 1,2, TTPA 31,7 segundos (relação P/C 1,29), ureia 34 mg/dL, creatinina 0,9mg/dL, eRFG > 60 mL/min/1,73m2, troponina T ultrassensível 4,130 ng/mL, CKMB massa 111,50 ng/mL, proteína C reativa 9,79 mg/dL. Foi realizado, também, um ecocardiograma transtorácico, que teve como laudo disfunção diastólica estágio I e hipocinesia dos segmentos basais do ventrículo esquerdo. Em cineangiocoronariografia percutânea, foram apresentadas coronárias sem lesões. Dos antecedentes pessoais, destaca-se hipertensão arterial sistêmica, uso crônico de corticoides por dermatite atópica e história familiar de lúpus eritematoso sistêmico. Conclusão: Conclui-se que a paciente apresenta os critérios de inclusão para o diagnóstico de MINOCA, como os valores de troponina, a ausência de achados angiográficos e a clínica de IAM. É necessária, entretanto, uma investigação minuciosa para identificar a causa dessa condição, visando prevenir novos infartos e conduzir de forma mais adequada.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Doença da artéria coronariana; Infarto do miocárdio; Diagnóstico.

Área

Clínico

Autores

Thaís Gomes Peixoto, Geórgia Almeida Nogueira, Reslem Feitosa Custódio, Vitor Carneiro de Vasconcelos Gama, Yury Tavares de Lima, Frederico Carlos de Sousa Arnaud, Filadelfo Rodrigues Filho