25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

PERFIL DOS OBITOS POR CARDIOPATIA CONGENITA NO CEARA

Resumo estruturado

Introdução: As Cardiopatias Congênitas (CC) afetam cerca de 1 a cada 100 nascidos vivos, constituindo-se de uma má formação embrionária da estrutura cardíaca no primeiro trimestre da gestação. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, no período de 2000 a 2006, o número de recém-nascidos acometidos por tal enfermidade equivale a cerca de 3 milhões por ano¹. No Ceará, esse número se aproxima de 128.800, no ano de 2010². Tal quantia de nascidos vivos com CC se mostra relevante no cenário de saúde pública nacional. Porém, não há estudos notórios sobre a taxa de mortalidade infantil (TMI) associada a essa malformação. Metodologia: Para tal, foram retirados dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), relacionados ao Ceará, entre os anos de 2013 a 2017, a fim de avaliar temporalmente o número de óbitos infantis por malformações congênitas (MC) na região. Foram analisados os dados referentes ao número de óbitos gerais infantis por MC e, a partir disso, o número de óbitos infantis por MC cardiovasculares, relacionando o tipo de MC cardiovascular mais prevalente em cada ano e o número de óbitos infantis ocorridos por essa anomalia em cada ano analisado, considerando os menores que um ano de idade, os sexos e as macrorregiões. Resultados: No período entre 2013 a 2017, foram registrados 1705 óbitos infantis por MC, sendo que 641 (37,5%) ocorreram por malformações cardiovasculares. Nos anos estudados, a quantidade de óbitos foram, respectivamente, 102 em 2013 e em 2014, 147 em 2015, 132 em 2016 e 158 em 2017. Quanto ao tipo de malformação, o grupo que corresponde a outras malformações cardíacas é o que mais registra óbitos com 362, seguido das malformações dos septos cardíacos que contabilizam 100 óbitos. Quanto ao tempo do óbito desde o nascimento, registram-se 177 no período neonatal precoce (0-6 dias), 134 no período neonatal tardio (7-27 dias) e 330 no pós-neonatal (28-364 dias). Com relação ao sexo, contabilizaram 375 mortes do sexo masculino, 263 do feminino e 3 ignorados. Quanto a macrorregião de saúde do Ceará, Fortaleza registrou a maioria dos óbitos, com 318, seguindo de Sobral com 135. Discussão: As CC são as MC mais frequentes e com maior mortalidade em crianças de até 1 ano de idade. Analisando-se os dados desse trabalho, é notável a relevância de tais deformidades no contexto da saúde pública do país, uma vez que a TMI é um dos parâmetros utilizados para avaliar o desenvolvimento socioeconômico de uma nação. Em 2010, o Ceará ocupava a terceira posição em relação ao número de nascidos com CC no Nordeste, mas, para a realização desse trabalho, não foram encontrados estudos direcionados à análise quantitativa dos óbitos infantis por malformações cardíacas na região. Conclusão: Logo, visto a escassez de dados referentes à TMI por CC no Ceará, esse estudo funciona como uma análise do número de óbitos nesse estado, atuando como um incentivo para o crescimento da literatura sobre o tema, visando melhorias socioeconômicas na região.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Cardiopatia congênita. Número de óbitos. Ceará.

Área

Clínico

Autores

Priscila Janiele de Lima Costa, Thaís Colares Silva, José Roberto Gomes Francilino Filho, Swelen Cristina Medeiros de Lima, Gabriel Damasceno Gurjão Pessoa, Thomaz Alexandre Costa, Bernardo Chaves Lima, Wesla Suzy Praxedes, Larissa Mariane Amorim Silva