25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇAO EM OBESO MORBIDO – RELATO DE CASO

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas, tem-se observado um aumento relevante do número de indivíduos obesos pelo mundo todo. A obesidade, aos poucos, passou a ser tratada como doença e caracteriza uma nova epidemia mundial. O número de brasileiros obesos ou com excesso de peso tem vindo a aumentar devido às modificações alimentares e à cada vez maior sedentariedade da população. Este aumento do número de pessoas obesas tem implicações médico e sócio econômico importante. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Mulher, 59 anos, portadora de obesidade mórbida (PESO: 149, IMC:43,2), hipertensa, diabética, dislipidêmica e tabagista, com história de doença arterial coronariana em 2007 com implante de stent em coronária D. Há aproximadamente 3 meses vinha com angina classe II segundo a Canadian Cardiovascular Society. A dor estava associada à dispnéia progressiva, (NYHA II). Já havia sido indicado em outro hospital a cirurgia bariátrica, porém após resolução do problema cardiovascular. O ecocardiograma mostrava disfunção ventricular (FE = 37%), além de acinesia antero-septal e apical do VE e hipocinesia importante de parede anterior. A coronariografia evidenciava lesões críticas e proximais em Descendente anterior e Coronária Direita, não abordáveis por técnicas percutâneas. Optado por revascularização do miocárdio, implantado mamária interna esquerda em descendente anterior, sem circulação extracorpórea. Evoluiu no pós-operatório com difícil desmame da ventilação mecânica, sendo extubada apenas no terceiro dia após. Teve alta da UTI após 6 dias. Evoluiu com melhora da dor e da dispnéia e o novo ecocardiograma mostrou melhora da disfunção ventricular (FE = 50%). Inúmeras patologias estão associadas à obesidade, entre elas: Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus, Neoplasias (colorretal, próstata, mama, ovário e útero), doenças cardiovasculares, desordens endócrinológicas, dislipidemia, apnéia do sono, PickWick, artropatias, colelitíase, hemorróidas, esteatose hepática, maior predisposição a Trombose Venosa. O fato de haver a relação clara com a doença coronariana e com outros fatores de risco cardiovasculares, faz com que esse grupo de pacientes seja frequente na prática cardiológica. CONCLUSÃO: A obesidade mórbida é uma doença crônica crescente em todo o mundo e que traz consigo uma série de comorbidades, entre elas a doença arterial coronariana. O tratamento cirúrgico desses pacientes traz uma série de complicações como aumento do tempo de internação hospitalar, permanência de UTI, tempo de ventilação mecânica, incidência de IRA, arritmias atriais; com discutível aumento na mortalidade. O caso da nossa paciente exemplifica tal temática, e que apesar de todas as possíveis complicações descritas na literatura, houve um resultado favorável. Deve-se salientar a importância de um maior cuidado nesses casos, reconhecendo e tratando precocemente tais complicações.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Cardiologia, Obesidade Mórbida, Hipertensão, Síndrome Metabólica, Cirurgia de Revascularização

Área

Clínico

Autores

Gabriel Magalhães Saraiva, Caio Magalhães Barbosa, Caio Antônio Borges Girão Silva, Pedro Ítalo Sampaio Braga, Leonardo Tavares De Lima, Humberto Maciel, Letícia Freitas Melo, Carlos José Mota De Lima, Acrísio Sales Valente