25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO COM COMPROMETIMENTO CARDIACO

Resumo estruturado

JUSTIFICATIVA: Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica autoimune do tecido conjuntivo, de etiologia multifatorial, podendo acometer múltiplos órgãos (articulações, pele, células, vasos sanguíneos, rins e cérebro). O acometimento cardiovascular é comumente encontrado a longo prazo e tem importância significativa na morbimortalidade e no prognóstico do doente, sendo as manifestações mais prevalentes, doença coronariana, doenças do miocárdio e pericárdio, e ainda, serve como guia da necessidade de terapêutica imunossupressora. RELATO DE CASO: Mulher, 25 anos, há 2 anos com quadro de prostração, hiporexia, artralgia de médias e pequenas articulações, alopecia não cicatricial, prurido disseminado, rash malar que piorava com exposição solar, perda de peso de 18kg em 6 meses, e eventuais quadros febris, procurou atendimento medico e foi diagnosticada com LES, iniciando tratamento com Hidroxicloroquina 400mg/dia; Prednisona 20mg/dia, com melhora dos sintomas. Um ano após, ao tentar redução dessas medicações, iniciou um quadro vômitos diários, pós prandiais com restos alimentares, sem sangue ou muco, associado a um episódio de febre, plenitude gástrica, hiporexia e dor abdominal em hipocôndrio direito. Evoluiu em 3 dias, com resolução de tais sintomas mas apresentando edema generalizado, dispneia aos pequenos esforços, ortopneia e dispneia paroxística noturna. Com esse quadro procurou auxilio médico em um Hospital de Fortaleza. Ao exame físico, encontrava-se hipotensa, creptos em terço médio dos pulmões, turgência jugular, refluxo hepatojugular e edema MMII 4+/4. A conduta inicial baseou-se em medidas para alivio dos sintomas congestivos (Furosemida + VNI + Betabloqueador + Digoxina + IECA + Diurético) e investigação etiológica de descompensação do LES, buscando possíveis etiologias renais (nefrite lúpica) ou cardíacas (miocardite ou pericardite?). Descartada a hipóstese de nefrite lúpica em atividade. Ao ECOTT, foi evidenciado hipertensão pulmonar severa, porém AngioTC tórax descartou TEP agudo/crônico. Devido a hipótese de miocardite lúpica (ECG com sobrecarga das câmaras, troponina negativa, CKMB positiva) paciente foi pulsada com prednisona 1mg/kg por 5 dias, tendo evoluído com importante melhora clinica, porém persistência de Hipertensão pulmonar grave associada a insuficiência tricúspide severa ao ECOTT. Paciente conduzida com hipertensão pulmonar tipo 1 de etiologia lúpica com proposta de cateterismo direito para guiar terapêutica. CONCLUSÃO: Acometimento cardíaco no lúpus pode ser leve, manifestando-se como derrame pericárdico, à grave, se apresentando como miocardite lúpica/ insuficiência cardíaca aguda. A avaliação clinica correta complementada com ECOTT permitiu identificar sinais de descompensação cardíaca direita e esquerda agudas e complicadas com hipertensão pulmonar graves e que devem guiar o tratamento com imunossupressor.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Lúpus Eritematoso Sistêmico; Hipertensão pulmonar; Doença autoimune; Acometimento cardiovascular

Área

Clínico

Autores

Camila Ribeiro Rôla, Aline Barbosa Lima, Bianca Lopes Cunha, Lara Mattos Brito Silva, Mariella Almeida Moreira