25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DA ADEQUAÇAO DA PRESCRIÇAO DE INIBIDORES DA ECA E BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DA ANGIOTENSINA PARA O DIABETICO NA ATENÇAO PRIMARIA

Resumo estruturado

Introdução: Os inibidores da enzima conversora de angiotensina II (IECA) e os bloqueadores do receptor de angiotensina (BRA) são medicamentos que tem como função a vasodilatação da arteríola eferente glomerular, aumentando o fluxo sanguíneo renal, sendo, portanto, consideradas drogas nefroprotetoras. Pacientes portadores de doença renal de qualquer etiologia ou diabéticos hipertensos, mesmo os sem doença renal do diabético (DRD), têm seu uso recomendado. O objetivo deste trabalho é avaliar o uso de IECA e BRA em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) na atenção primária à saúde (APS). Resultados/discussão: Foram avaliados 128 usuários com DM2 em um estudo transversal realizado de Janeiro a Outubro de 2017 em uma unidade de APS de Fortaleza - Ceará. Os pacientes eram em sua maioria do sexo feminino (68%) e da cor parda (62,2%), tinham média de idade de 56 ±10 anos e apresentavam um tempo médio de diagnóstico de DM2 de 07±06 anos. A maioria dos indivíduos (68%) referiam ter Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), com um tempo médio de diagnóstico de hipertensão de 10,84±9,67 anos e 18,75% dos pacientes eram portadores de DRD, sendo 50% no estágio 1, 25% no estágio 2 e 25% no estágio 3A. A pressão arterial (PA) sistólica média dos indivíduos foi de 133±18 mmHg, a PA diastólica média foi de 84±13 mmHg, a creatinina plasmática média foi de 0,77±0,20 mg/dL, a TFG média obtida pelo método CKD-EPI foi de 92,79±17,24 mL/min/1,73m2 e a microalbuminúria média foi de 24,59±58,23 mg/24h. Considerou-se prescrição adequada de IECA ou BRA quando os indivíduos diabéticos eram portadores de DRD (microalbuminúria ≥ 30 mg/24h e/ou TFG < 60mL/min/1,73m2) e/ou de HAS e faziam uso de uma das duas medicações. Dentre os diabéticos hipertensos, 57,9% estava em uso de IECA ou BRA. Quanto aos portadores de DRD, 69,6% estavam em uso de uma dessas drogas. Conclusões: A maior parte dos diabéticos avaliados era de hipertensos e uma pequena parte deles era portadora de DRD, sendo estes últimos, em sua maioria, em estágios iniciais da doença. A despeito disso, nem todos eles usavam drogas nefroprotetoras, apesar de haver recomendação formal para tal. Podemos inferir que este fato deve estar relacionado a uma possível inércia terapêutica dos profissionais médicos, quando da otimização do manejo da HAS e da doença renal no paciente diabético, uma vez que os IECA e os BRA são drogas de fácil acesso nas farmácias da rede da APS. Desta forma, faz-se necessária a realização de medidas que visem a uma melhor capacitação dos profissionais voltada para a condução adequada da HAS e da doença renal no diabético na APS, evitando a progressão da doença e o acometimento de demais órgãos-alvo e, por conseguinte, reduzindo a morbi-mortalidade destes indivíduos.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Risco cardiovascular, Diabetes, IECA, BRA e Atenção primária à saúde

Área

Clínico

Autores

Matheus de Lucena Holanda, Ana Beatriz Feijó de Andrade, Gabriel Veras Porto, Lucca Viana Moreira, Ana Lorena Maia Moura, Ane Karoline Medina Néri, Danielli da Costa Lino, Mário Luiz Guerra de Castro, Geraldo Bezerra Júnior