25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

FIBRILAÇAO ATRIAL COMO FATOR DETERMINANTE NO AUMENTO DO PERIODO DE PERMANENCIA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA EM PORTADORES DE INSUFICIENCIA CARDIACA DESCOMPENSADA

Resumo estruturado

Introdução. A fibrilação atrial (FA) é uma arritmia prevalente em portadores de insuficiência cardíaca (IC), sendo uma causa comum de descompensação aguda e internação em ambiente hospitalar, frequentemente em unidades de terapia intensiva (UTI). Enquanto que a concomitância da IC e FA associa-se com maiores desfechos negativos, como tromboembolismo cerebral e óbito, a longa permanência em UTI predispõem a maior risco de sobreposição de infecções por microrganismos altamente resistentes, elevando a morbimortalidade geral. Objetivos. Avaliar o impacto da FA no tempo total de permanência em UTI em pacientes com descompensação aguda de quadro de IC. Metodologia. Estudo transversal, com 524 pacientes admitidos em hospital cardiológico por IC descompensada, no período de 01 de fevereiro a 14 de dezembro de 2018. As informações foram obtidas a partir dos prontuários dos pacientes, armazenados no serviço de arquivo médico e estatística do hospital. Com intuito de evitar possíveis vieses de confusão, a amostra total foi submetida a dois processos de eliminação. No primeiro, realizou-se a exclusão do estudo de pacientes portadores de doença renal crônica, diabetes melito e/ou outra doença sistêmica (186 pacientes). No segundo foram selecionados apenas pacientes de mesmo perfil hemodinâmico à admissão, sendo o de escolha o perfil quente/congesto devido sua maior prevalência. Os 218 pacientes remanescentes foram agrupados quanto a presença ou ausência de FA, sendo monitorado para ambos os grupos o tempo total de permanência na terapia intensiva. Para comparar médias entre grupos, foi utilizado o teste t de Student. O cálculo da significância estatística foi realizado na plataforma EpiInfo, utilizando um nível de significância de p < 0,05. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú, sob o Protocolo n 1.957.872. Resolução nº 466. Resultados. Do total de 218 pacientes analisados, 64 (29,35%) apresentaram FA. Nesse grupo, o tempo de permanência média em UTI foi de 5,38 dias; com mediana de 5 dias. No grupo sem FA a permanência média foi de 4,26 dias; e mediana de 4 dias (valor de p <0,01). Conclusão. Na amostra estudada foi constatada que a presença de FA é fator preditor para maior período em UTI nos pacientes com IC descompensada, em média aproximada de 1 dia a mais de exposição aos riscos da unidade intensiva. Percebe-se, portanto, a importância do controle dessa arritmia no manejo clínico do paciente com IC.

Palavras-chave (de 3 a 5)

ICC, FA, TERAPIA INTENSIVA

Área

Clínico

Autores

FERNANDO FURTADO DE MELO NETO, BRENO COTRIM REIS, CAMILA DE OLIVEIRA GREGORIO