29º Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

Neuropatia óptica medicamentosa: um relato de caso

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente atendida no Instituto Cearense de Oftalmologia.

Relato do Caso

Paciente 37 anos, sexo feminino, caucasiana, casada. Natural e procedente de Fortaleza, Ceará.
Apresentou queixa de embaçamento visual e pontos pretos na visāo de ambos os olhos há 5 dias, de inicio súbito. Relatava cirurgia refrativa há 8 anos. Negava patologias ou medicações oculares prévias. Há dois meses iniciou tratamento para reposição hormonal com Cipionato de testosterona IM, 200mg/semanal e há 28 dias em uso diário de Isotretinoína 20mg/dia para tratamento de acne. Negava história familiar de doenças oculares. Negava etilismo e tabagismo. Ao exame oftalmológico com correção: OD: 20/15 e OE 20/15-2. Motilidade ocular externa preservada, sem dor. Teste de confrontação normal. Pressão intraocular OD: 14 mmHg e OE: 15mmHg (15horas). Teste de Ishihara normal. Teste de sensibilidade ao constraste levemente reduzida, com acuidade visual em ambos os olhos de 20/20. Pupilas isocóricas e fotorreagentes.
Mapeamento de retina, em ambos os olhos, disco óptico com bordas mal definidas e hiperemiadas, com maior intensidade em olho esquerdo. Angiografia com fluoresceína , realizada dois dias após o mapeamento, demonstrou vazamento de contraste no disco óptico do olho esquerdo, em fases tardias.

Conclusão

Neuropatia óptica medicamentosa pode ser causada por diferentes tipos de medicamentos assim como algumas substâncias tóxicas químicas e por radioterapia. Uma associação com o início dos sintomas e a exposição prévia do agente causal é mandatório. Essas afecções apresentam gravidade variável, geralmente são bilaterais e relativamente simétricas. Nem sempre o diagnóstico pode ser estabelecido com clareza, sendo necessária a exclusão de outras afecções oculares e do nervo óptico. O tratamento consiste, em na maioria das vezes , apenas a interrupção do uso do agente causador, havendo melhora da sintomatologia alguns dias após a suspensão. Porém pacientes com acuidade visual muito baixa, pacientes com olho único e sem melhora após interrupção da medicação, podem necessitar fazer o uso de corticóides.

Área

Geral

Instituições

Instituto Cearense de Oftalmologia - Ceará - Brasil

Autores

NERCY DOS SANTOS DE BARROS, Leonardo De Paula Rocha Aguiar, Bárbara De Araújo Lima Dutra