Dados do Trabalho

Título

Estrias Angióides por Pseudoxantoma elástico: Relato de Caso

Objetivo

O objetivo deste trabalho é descrever um caso de Pseudoxantoma Elástico associado a estrias angióides em um paciente atendido em serviço de referência oftalmológica.

Relato do Caso

T.G.O., 34 anos, natural e procedente de Macapá, procurou atendimento no Hospital de Olhos Leiria de Andrade em Abril de 2009, a fim de investigar Estrias Angióides, devido história familiar positiva (irmão). O paciente queixava-se de BAV progressiva associada a cefaléia frequente que não cedia com analgésicos. Negava comorbidades.
Exame Oftalmológico:
Refração: OD: -1,50 -1,50 35º 20/100
OE: plano -1,50 165º 20/100
Biomicroscopia: sem alterações em ambos os olhos.
Fundo de Olho: estrias angióides bilateral.
De conduta, foi solicitada uma angiografia, biópsia de pele e parecer do neurologista. O paciente perdeu seguimento e só retornou em 2018 quando realizou uma angiografia que revelou lesões hiperfluorescentes consequentes a rupturas da membrana de Bruch. Relatou que fez investigação na cidade de origem, tendo recebido diagnóstico de Pseudoxantoma elástico. Optou-se por acompanhamento rigoroso do paciente e encaminhamento para Cardiologista, Geneticista e Dermatologista.

Conclusão

Estrias angióides são deiscências em forma de rachadura na Membrana de Bruch, geralmente bilaterais, secundárias a uma fragilidade anormal do tecido elástico e associadas à atrofia do EPR superposto. Tem importante relação com doenças sistêmicas e pseudoxantoma elástico é, de longe, a associação mais comum. No exame oftalmológico vemos lesões lineares cinzas ou vermelho-escuras, com margens serrilhadas irregulares que se intercomunicam em forma de anel ao redor do disco óptico. Podem estar associadas a alterações pigmentares com fundus moteado (peau d’orange), drusas de nervo óptico, drusas do epitélio pigmentar da retina, cicatrizes retinianas periféricas e calcificações.
Cerca de 85% dos pacientes com Pseudoxantoma Elástico terão acometimento ocular com prognóstico reservado devido à elevada ocorrência de complicações oculares com perda visual. A Neovascularização de coróide é a complicação mais comum.

Área

Geral