Dados do Trabalho
Título
Descolamento de retina seroso bilateral e síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada: um relato de caso
Objetivo
Relatar caso de paciente com descolamento de retina seroso bilateral secundário a síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada atendido no ambulatório de retina do Instituto Cearense de Oftalmologia (ICO).
Relato do Caso
Paciente, sexo feminino, 43 anos, parda, natural e procedente de Fortaleza, com queixa de baixa acuidade visual (BAV) progressiva para perto com início há duas semanas. Evoluiu com cefaleia, BAV também para longe associada a fotofobia, dor ocular e vermelhidão em ambos os olhos. Iniciou uso de moxifloxacina associada a dexametasona como prescrito em outro serviço. Após medicação, evoluiu com piora súbita da visão. Retornou no mesmo serviço onde foi prescrito corticoide oral, sendo encaminhada ao ambulatório de retina do ICO. Nega comorbidades, cirurgia ou trauma ocular. Refere zumbido e um episódio de bastante estresse há 5 dias relacionado com ao falecimento do pai. Ao exame oftalmológico, apresentava melhor acuidade visual corrigida 20/30 -1 OD e 20/30 +2; à biomicroscopia de ambos os olhos: pálpebras e anexos sem alterações, conjuntivas calmas e claras, córnea transparente, câmara anterior formada, flare 2+/4+, celularidade 1+/4+, íris trófica, catarata inicial associada a membrana pupilar; pressão intraocular 16/15 mmHg; fundoscopia de ambos os olhos: disco ópico pálido, com bordos bem definidos, escavação fisiológica, atenuação vascular, brilho macular diminuído e descolamento seroso de retina.
Conclusão
A síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada (SVKH) é uma doença de provável etiologia autoimune e tem como uma das formas de apresentação o descolamento de retina seroso. É caracterizada por uma panuveíte bilateral, crônica, associada a manifestações de outros sistemas. O tratamento precoce com corticoides em altas doses e/ou drogas imunossupressoras é essencial para evitar a morbidade, principalmente relacionada às complicações oftalmológicas. O uso sistêmico destas drogas constitui a principal forma de tratamento e, nos casos mais graves, utiliza-se a pulsoterapia com a metilprednisolona, sendo a duração do tratamento individualizada.
Área
Geral
Autores
ANA BEATRIZ ALMEIDA DA CUNHA, LEONARDO DE PAULA ROCHA AGUIAR, THAIS GIRÃO LOPES