29º Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

Lenticone Posterior e fixação extrafoveal – Relato de caso

Objetivo

Relatar o caso de uma criança de 5 anos com lenticone posterior e fixação extrafoveal em olho ipsilateral.

Relato do Caso

Feminino, 5 anos, natural e procedente de Fortaleza. Veio encaminhada ao ambulatório de oftalmopediatria do Hospital Geral de Fortaleza com diagnóstico de catarata congênita. Pré-termo de 34 semanas e pesando 2.500g ao nascimento. Genitora nega coomorbidades e informa história de desvio ocular desde os primeiros meses. Ao exame oftalmológico observamos teste do reflexo vermelho alterado em olho direito (OD); reflexos pupilares preservados em ambos os olhos (AO); exotropia de 25∆ em OD associado a má fixação; melhor acuidade visual de 10/200 em OD e 20/20 em olho esquerdo. Biomicroscopia de OD revela opacidade densa de 3mm com aspecto de gota de óleo, discretamente paracentral, superior e nasal. Fundoscopia: nervo optico normocorado em AO e visuoscopia de OD revela fixação extrafoveal. Foi contraindicado o tratamento cirúrgico, indicado oclusão e em reavaliações subsequentes analisar cirurgia de estrabismo com finalidade estética.

Conclusão

Lenticone posterior é uma anomalia congênita do cristalino onde ocorre alteração de superfície da curva do cristalino devido afinamento da capsula e deficiência do epitélio subjacente que permite uma saliência do córtex da lente. É uma ectasia mais comum em mulheres, de acometimento unilateral e associado, muitas vezes, a opacidades progressivas do córtex posterior. Tem associação com galactosemia quando bilateral, e de caráter esporádico se unilateral. A depender da intensidade das alterações podem causar baixa acuidade visual na infância, ambliopia e atraso de desenvolvimento. A avaliação oftalmológica completa é imprescindível para elaborar um plano terapêutico, pois a presença de coomorbidades oculares que possam comprometer o bom resultado de acuidade visual do paciente pode ser um fator negativo na expectativa do pós-operatório. No relato acima temos a fixação extrafoveal, provavelmente devido a desvio nos primeiros meses de vida, como principal fator da baixa visual nessa criança, justificando a contraindicação cirúrgica.

Área

Geral

Instituições

Hospital Geral de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

ANA CAROLINE DE FREITAS MACHADO, Felipe Nunes Miranda, Islane Maria Castro Verçosa