29º Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

Glaucoma secundário à fístula carótido-cavernosa com resolução após o tratamento com embolização da fístula.

Objetivo

Relatar o caso de um paciente com fístula carótido –cavernosa, suas complicações e tratamento.

Relato do Caso

MVNC, sexo feminino, 36 anos, encaminhada por crise de Glaucoma em olho esquerdo, com história de dor +proptose + baixa acuidade visual em olho esquerdo há 4 meses. Relato de trauma craniano há 12 anos. Em uso de : Glaucotrat e Glaub md. Ao exame a acuidade visual sem correção era de 20/20 no olho direito (OD) e 20/40 em olho esquerdo (OE). À ectoscopia: Proptose, eritema e edema palpebral em OE. À biomicroscopia do olho direito sem alterações e do olho esquerdo hiperemia conjuntival, vasos episclerais ingurgitados, principalmente em região temporal. A pressão intraocular (PIO) foi de 12 mmHg em OD e de 40 mmHg em OE. Ao exame de fundo de olho havia assimetria na escavação, olho direito 0,4x0,4mm e em olho esquerdo 0,6x0,6mm. Na gonioscopia ângulo aberto 360º em ambos os olhos (AO). Foi iniciado Diamox, Slow k e colírios hipotensores( Duotravatan , Glaub md e Azopt ) em olho esquerdo e solicitado tomografia de crânio. A tomografia de crânio com contraste evidenciou: proptose de bulbo ocular esquerdo, espessamento dos músculos reto-orbitais e ectasia dos vasos orbitários a esquerda. Após 1 mês foi realizado desmame do Diamox e mantido colírios hipotensores. Realizou arteriografia cerebral evidenciando fístula carótido-cavernosa. Paciente foi submetida a tratamento com embolização da fístula e então apresentou melhora dos sinais e sintomas e evoluiu com PIO de 16 mmHg em OD e 17 mmHg em OE.

Conclusão

Fístulas carótido –cavernosas consistem em uma comunicação anormal entre o sistema arterial carotídeo e o seio cavernoso. Em 25% dos casos surge de forma espontânea e em 75% é adquirida, principalmente após trauma. Sua apresentação se faz tipicamente com proptose pulsátil com sopro, mas pode simular conjuntivite, glaucoma e doença de Graves. Para o diagnóstico, pode ser realizada inicialmente ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância.A confirmação é realizada com a arteriografia cerebral. O tratamento de escolha, quando indicado, é a abordagem endovascular.

Área

Geral

Autores

LUISE VASCONCELOS VIEIRA, ALINE BARBOSA PINHEIRO BASTOS, INGRID CAVALCANTE SARQUIS