29º Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

Melanoma de conjuntiva– Relato de caso

Objetivo

Relatar caso de melanoma primário de conjuntiva recidivado

Relato do Caso

Feminino, 43 anos, natural e procedente de Fortaleza, história de esclerose múltipla, encaminhada ao serviço de oftalmologia do Hospital Geral de Fortaleza por lesão pigmentada em olho direito (OD). Ao exame, biomicroscopia do OD evidenciando lesão conjuntival hiperpigmentada e nodular associada à vascularização marginal; Fundoscopia mostrando lesão pigmentada e plana na região macular de OD, e nevus de coroide em região macular de olho esquerdo. Exames laboratoriais e de imagem sem sugestão de outras anormalidades. Foi realizado biópsia excisional da lesão, utilizando a técnica “no touch” com margem de 5mm e reconstrução com membrana amniótica, associado a realização de três ciclos de quimioterapia tópica com colírio de mitomicina C 0,04%. Histopatológico confirmou o diagnóstico de melanoma conjuntival epitelióide. Após 6 meses foi observado pequena recidiva com lesões pontilhadas, pigmentadas, planas, corneo-conjutivais, por indisponibilidade da crioterapia, optou-se por novo procedimento cirúrgico com exérese do que era possível e novo ciclo de mitomicina C 0,04%. Um mês após o tratamento, paciente encontrava-se assintomática e sem sinais de lesões. Transcorrido 4 meses, observou-se lesão pigmentada em fundo de saco superior abaixo da conjuntiva, medindo aproximadamente 12x8mm associado a ptose ipsilateral, edema orbital e dor. Novo histopatológico confirmou recidiva. Paciente foi submetida à exenteração orbitária.

Conclusão

Melanoma de conjuntiva é um tumor raro, agressivo, representa 1% dos tumores malignos do olho, incide principalmente a partir da 5° década de vida e está associado a elevadas taxas de metástases e mortalidade. Apresentação clínica mais comum é dor e proptose. Quimioterápicos tópicos, como a mitomicina C e interferon, são opções, porém, o tratamento de eleição consiste na excisão com margens livres associados a crioterapia adjuvante no leito e bordos da lesão. A exenteração é utilizada em tumores avançados, todavia não necessariamente melhora a expectativa de vida.

Área

Geral

Instituições

HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA - Ceará - Brasil

Autores

FELIPE NUNES DE MIRANDA, ANA CAROLINE DE FREITAS MACHADO, KARLOS FREDERICO CASTELO BRANCO SANCHO