29º Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

CHIKUNGUNYA ASSOCIADO A SÍFILIS OCULAR: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar envolvimento ocular de paciente acometida por Chikungunya e Sífilis.

Relato do Caso

Paciente de 69 anos, sexo feminino, com BAV rapidamente progressiva, bilateral e assimétrica. Quatorze dias antes manifestou artralgia intensa, associada a febre, cefaleia, dores abdominais e mialgia difusa, com IgM+ e IgG+ para Chikungunya. Negava outras comorbidades e doenças oculares prévias. AV c/c OD 0,025 e OE 0,05. Biomicroscopia (em AO): Catarata incipiente, sem outras alterações. PIO = 12mmHg (em AO). Fundo de olho evidenciava vitreíte leve. MAPEAMENTO DE RETINA: Nervo óptico normocorado, com escavação fisiológica, perda do contorno foveal, brilho macular diminuído (pior em OD), elevação retiniana em região macular de AO (mais extensa em OD), estendendo-se além da região perimacular em AO. ANGIOGRAFIA FLUORESCEÍNICA: Área brancacenta em polo posterior de AO, mais relevante em OD. OCT: Discreto descolamento seroso na região macular do OD e ausência de alterações evidenciáveis em OE. Sorologias negativas para Dengue e Zika; positiva no sangue para Chikungunya, mas negativa no humor aquoso; e positiva para Sífilis (VDRL 1:500 no exame de sangue e VDRL 1:250 no PCR do humor aquoso). TRATAMENTO: Doxicilcina – VO - 2x/dia - 1 mês e Prednisona – VO - em desmame gradual. Após três meses, melhora da AV c/c (OD 0,6 e OE 0,3). BIOMICROSCOPIA: Piora da catarata em OE, sem outras alterações. FUNDO DE OLHO: Discreta epiteliopatia devido ao descolamento exsudativo retiniano pregresso em feixe papilomacular de AO. Redução das titulações de VDRL, com última dosagem: VDRL 1:2 e FTA-ABS IgG + e IgM -.

Conclusão

Nos últimos anos, vem aumentando o número de casos de Sífilis no Brasil. Se não tratada a tempo, a Sífilis pode cursar com comprometimento dos órgãos, assim como o olho. O presente caso leva a supor que a infecção pelo vírus da Chikungunya pode recrudescer a Sífilis terciária. Após um ano, a paciente foi submetida a FACO+LIO em OE, com boa evolução (AV c/c 0,8 em AO), evidenciando somente discreta palidez do nervo óptico bilateral. Até o momento, a paciente evoluiu sem outros sintomas.

Área

Geral

Instituições

Fundação Leiria de Andrade - Ceará - Brasil, UNICHRISTUS - Ceará - Brasil

Autores

LORENA ANDRADE DE MORAES, THAIS RIBEIRO MAIA, MILENNA CHAVES MACHADO