29º Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME DE COGAN-REESE: ASPECTOS SEMIOLÓGICOS QUE AUXILIAM NO DIAGNÓSTICO E MANEJO DE UM CASO CLÍNICO

Objetivo

Através de um relato de caso clínico, descrever a síndrome de Cogan-Reese (s.CR), uma das variantes da síndrome endotelial iridocorneana (s.ICE), afecção rara, geralmente unilateral, que costuma cursar com glaucoma de difícil controle.

Relato do Caso

Paciente de 34 anos, sexo feminino, procurou nosso serviço, referindo baixa de acuidade visual em olho esquerdo percebida há anos, mas ainda não investigada. Negava história patológica pregressa de doenças crônicas, ou realização de qualquer tipo de intervenção cirúrgica. Negava ainda conhecer história familiar de doenças oftalmológicas.
Ao exame, apresentava acuidade visual (com correção) de logMAR 0.00 em OD e de logMAR 0.60 em OE. À biomicroscopia, não apresentava alterações em OD e apresentava pseudopolicoria e nódulos pigmentados em superfície iriana anterior. Pressão intra-ocular de 12mmHg em OD e de 28mmHg em OE. A escavação do nervo óptico era 0,3x03 em OD e 0,9x0,9 em OE.
Foi iniciada prostaglandina e iniciado seguimento eletivo, fez microscopia especular em AO, sendo normal em OD e apresentando ICE cells em OE.

Conclusão

A s. ICE é uma síndrome rara e adquirida caracterizada por uma proliferação de células do endotélio da córnea em direção ao ângulo iridocorneano e a íris que predispõe para uma incidência maior de glaucoma e edema de córnea. A apresentação típica é unilateral, em pacientes de meia-idade (entre as segunda e quarta/quinta décadas de vida), sendo mais comum no sexo feminino. Essa síndrome apresenta três formas clínicas principais: a síndrome da atrofia essencial da íris; a síndrome de Chandler; e a s.CR. Esta última, caracteriza-se principalmente por nódulos pigmentados na íris e perda de sua arquitetura normal. Ademais, é comum existir heterocromia iriana. A etiologia da s.ICE é desconhecida, mas a teoria mais aceita atribui a mesma à uma infecção viral, sendo unilateral devido a anticorpos que preveniriam o dano no olho contralateral na maioria dos casos. Sobre comorbidades, a prevalência de glaucoma em olhos com s.ICE varia de 46% a 82%.

Área

Geral

Instituições

Fundação de Ciência e Pesquisa Maria Ione Xerez - Ceará - Brasil

Autores

FELIPE HOLANDA MOREIRA, FELÍCIO HOLANDA MOREIRA, JAILTON VIEIRA SILVA