29º Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

CIRURGIA FISTULIZANTE DO GLAUCOMA EM HOSPITAL DE REFERENCIA OFTALMOLOGICA DE FORTALEZA-CE: VISAO CRITICA SOBRE UMA CIRURGIA ANTIFISIOLOGICA

Método

OBJETIVO: Avaliar o resultado da cirurgia fistulizante do glaucoma em pacientes da Fundação Leiria de Andrade em Fortaleza-CE.

MÉTODO: Coorte prospectivo realizado através da coleta de dados dos pacientes atendidos no ambulatório de glaucoma e submetidos a cirurgia fistulizante (um único cirurgião experiente) no serviço de oftalmologia da Fundação Leiria de Andrade em Fortaleza-CE, no período de setembro de 2016 a setembro de 2017. Trabalho realizado após aprovação pelo CEP, via plataforma Brasil (CAAE Nº 64041416.9.0000.5039). Os dados coletados foram tabulados e armazenados numa planilha do software Excel e analisados pela estatística descritiva.

Resultado

Foram analisados um total de 34 olhos, dos quais: 64.7% foi submetido a TREC e 35.3% a FACO-TREC. A amostra continha 58.8% de pacientes do sexo feminino. A idade variou de 22 a 79 anos, sendo 12% entre 20-40 anos, 23% entre 40-60 anos e 65% > 60 anos. Com relação às comorbidades sistêmicas: 37% referiam-nas (destas, 66% era DMtipo2 e 34% HAS). Quanto ao tipo de glaucoma: 47% era Glaucoma Primário de Ângulo Aberto, 23% Glaucoma Primário de Ângulo Fechado, 18% Glaucoma Pigmentar, 6% Glaucoma Neovascular e 6% Glaucoma Juvenil. Das medicações usadas antes do ato cirúrgico, todos os pacientes faziam uso de beta-bloqueador, prostaglandinas (88%), inibidores da anidrase carbônica (65%) e alfa-agonista (70%). Do total de olhos operados, 41% não atingiram a PIO ALVO após 6 meses do procedimento cirúrgico e 18% evoluíram com alguma complicação pós-operatória: agulhamento 5%, SIEDEL positivo 12% e sutura de conjuntiva 18%. A acuidade visual piorou no pós-operatório em 24%, manteve-se em 62 % e melhorou em 14% dos casos.

Conclusão

A cirurgia fistulizante do glaucoma tem elevada taxa de falência por ser uma cirurgia antifisiológica. É um grande desafio vencer a cicatrização e preservar a fístula ao longo do tempo. Neste trabalho, observou-se que esta cirurgia foi mais prevalente nos maiores de 60 anos, que a PIO alvo não foi alcançada em 41% dos pacientes e que 18% apresentou algum tipo de complicação pós-operatória.

Área

Geral

Instituições

Fundação Leiria de Andrade - Ceará - Brasil, Unichristus - Ceará - Brasil

Autores

TATIANA PINHEIRO DANTAS, SAMILLE RODRIGUES COSTA, RAFAELA ARAÚJO NOGUEIRA, KENYA VITÓRIA DE AGUIAR QUEIROZ, HISSA TAVARES DE LIMA, JULIANA DE LUCENA MARTINS FERREIRA