29º Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

PTOSE PALPEBRAL SECUNDÁRIA A TRAUMA POR ARMA DE FOGO: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso clínico incomum de ptose palpebral secundária a trauma por arma de fogo, estimulando diagnóstico diferencial das causas de ptose.

Relato do Caso

Jovem de 16 anos, masculino, estudante, natural e procedente de Fortaleza, procurou a urgência oftalmológica com dor e ptose em olho esquerdo (OE) após ferimento por arma de fogo em região frontal esquerda há 25 dias da data de admissão. Ao exame, apresentava ptose grave em olho esquerdo e equimose palpebral superior. A acuidade visual do olho esquerdo era conta dedos a 2 metros. À palpação, exibia nodulação de consistência pétrea medindo aproximadamente 0,8mm em região frontal, podendo corresponder à projétil alojado. Foi solicitada tomografia computadorizada de crânio, na qual se evidenciou fratura cominutiva do osso frontal à esquerda e presença de corpo estranho metálico na mesma topografia. Paciente foi submetido a cirurgia de reconstrução óssea com retirada de projétil. Evoluiu com resolução espontânea da ptose, entretanto, persistiu com baixa acuidade visual em olho esquerdo. Ao exame biomicroscópico, evidenciou-se iridodiálise nasal superior e subluxação do cristalino nasalmente. Foi, então, encaminhado para o departamento de catarata para planejamento de cirurgia do seguimento anterior.

Conclusão

A ptose palpebral pode ser ocasionada por diferentes etiologias. Entre as causas adquiridas, ela pode ser classificada de acordo com o tipo da lesão: mecânica, miogênica, neuromuscular ou neurogênica. A ptose aponeurótica involucional ou senil constitui a etiologia mais comum. Já em jovens o uso de lentes de contatos ou fricção ocular persistente pode estar associado com seu aparecimento. Outras causas de ptose mecânica incluem nodulações, tumores de órbita, trauma, corpo estranho palpebral, infiltração e lesões orbitárias anteriores. A obstrução visual originada pode ser incapacitante. Dessa forma, é de grande importância ter uma elevada suspeição dos possíveis diagnósticos diferenciais para garantir o melhor manejo clínico/cirúrgico.

Área

Geral

Instituições

FUNDAÇÃO LEIRIA DE ANDRADE - Ceará - Brasil

Autores

MARCO DIAS SILVEIRA, EDUARDO NOGUEIRA LIMA SOUSA, LARISSA LOGRADO AGUIAR