30° Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

Estrias Angioides em associação com Pseudoxantoma Elástico: Relato de Caso

Objetivo

Relatar caso de uma paciente com baixa acuidade visual (BAV) em ambos os olhos (AO) e achados na fundoscopia de estrias angioides (EA) com pseudoxantoma elástico (PXE) como principal hipótese diagnóstica.

Relato do Caso

AAOL, sexo feminino, 51 anos, compareceu à consulta oftalmológica na Fundação Leiria de Andrade, em Fortaleza - Ceará, com queixa de BAV em AO, pior em olho direito (OD). Acuidade visual (AV), com correção, em OD de vultos e em olho esquerdo (OE) de 20/200. Negava comorbidades. Biomicroscopia sem alterações. Na fundoscopia apresentava estrias angioides em AO e presença de fibrose retiniana difusa em OD. Realizado OCT de OE que evidenciou presença de cistos intrarretinianos com fibrose subrretiniana e opérculo em região macular. Ao exame geral notou-se presença de placas de consistência elástica em região cervical. A paciente foi então diagnosticada com estrias angioides e principal hipótese de associação com PXE. Foi encaminhada para avaliação cardiológica. Em relação ao quadro ocular foi decidido realizar injeção intravítrea de antiangiogênico apenas em OE, já que OD não tinha bom prognóstico. Após realização da primeira injeção, a paciente evoluiu com melhora da AV de OE (20/150). Após 2 meses foi realizada nova injeção em OE com melhora ainda maior da AV (20/70).

Conclusão

As EA são deiscências da camada elástica da membrana de Bruch secundárias a uma fragilidade anormal de seu tecido elástico, podendo ter associação com diversas doenças sistêmicas como PXE, Síndrome Ehlers-Danlos, Esferocitose hereditária, dentre outras. Essa associação ocorre em cerca de 50% dos casos, sendo a mais comum com PXE. Comprometimento cardiológico é frequente. Na maioria dos casos, o quadro ocular ocorre após a 2ª década de vida. As EA costumam ser assintomáticas no início, porém com prognóstico reservado pelo dano visual decorrentes de neovascularização (NVC), ruptura de coroide e envolvimento foveal por alguma estria. O tratamento com a presença de NVC é feito com fotocoagulação a laser. Os antiangiogênicos podem ser utilizados a fim de manter a acuidade visual do paciente.

Área

Oftalmologia

Autores

ALANA ANDRADE NEIVA SANTOS, Aline Barbosa Pinheiro Bastos, Melissa Carolina Dantas Joventino