Dados do Trabalho
Título
GLAUCOMA SECUNDÁRIO A TRABECULITE: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar trabeculite pós facoemulsificação (FACO) com implante de lente intraocular (LIO) levando a glaucoma de difícil controle
Relato do Caso
Homem de 57 anos em busca de segunda opinião devido indicação de trabeculectomia (TREC). Submeteu-se há 1 mês a FACO em ambos os olhos (AO), complicada em OE (LIO de peça única com uma alça no sulco). História familiar para glaucoma (pai). Uso AO regular de Simbrinza® 12/12h + Ganfort®1x/n, associado OE Predfort® 1x/d + NEVANAC 1x/d. AV c/c 20/25 OD e 20/60 OE, PIO 12mmHg OD e 41mmHg OE, catarata nuclear 1+ OD e, em OE, edema epitelial córnea 2+, evidência de rotura de cápsula posterior com 1 trave vítrea aderida à incisão nasal superior. Gonioscopia mostrou OD normal, mas OE com ângulo aberto 360° até esporão escleral com pigmentação aumentada inferiormente 3+. Fundoscopia revelava nervo óptico corado, tamanho médio, com escavação OD 0,4 e OE 0,7. Foi prescrito DIAMOX® 250mg 6/6h e SLOW-K® 2 comprimidos, além de aumentar o Predfort® para 4/4h, mas PIO ficou 10 OD e 36 OE. Diante da suspeita de trabeculite, aumentou-se o Predfort® para 30/30min e associou-se o timolol 0,5% 12/12h OE, evoluindo com PIO ainda mais elevada OE 42mmHg, optando-se por substituir o corticóide por Loteprol® 1/1h OE, reduzindo a PIO para 36mmHg. Por conta do quadro de uveíte/vitreíte, foi submetido a vitrectomia total (VVPP) e aplicação de triancinolona OE, evoluindo bem, com PIO 19 OD e 20 OE (com Simbrinza® 8/8h OE + Ganfort® 1x AO). Paquimetria especular= 528/561µ. Campimetria (CV) OD discretos escotomas periféricos inferiores OE escotoma arqueado inferior em formação. O nervo óptico demonstrava escavação OD 0,4 mantida e OE melhora considerável 0,55, sendo orientado acompanhamento semestral para GPAA OD estágio inicial OE estágio moderado.
Conclusão
O presente relato chama atenção para a indicação equivocada de TREC para o glaucoma secundário a FACO complicada, sem antes tentar descartar trabeculite, tratando com corticóide máximo. Também não podemos esquecer da possibilidade de vitreíte nestes casos, com a melhora da PIO somente após a VVPP.
Área
Oftalmologia
Categoria
Resumos
Autores
MATHEUS CARVALHO VASCONCELOS, Herculano Pontes Barros Ribeiro, Juliana de Lucena Martins Ferreira