30° Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

Coexistência de outras causas de baixa visual em pré-operatório de facectomia identificado pelo uso correto da semiologia ocular

Objetivo

Descrever um caso de achado de membrana neovascular em avaliação pré-operatória de cirurgia de catarata.

Relato do Caso

Mulher, 58 anos, natural e procedente de Fortaleza-CE, compareceu ao ambulatório de cristalino da Fundação de Ciência e Pesquisa Maria Ione Xerez Vasconcelos (FUNCIPE) a fim de realizar avaliação pré-operatória para FACO com implante de LIO em ambos os olhos, procedimento solicitado há cerca de três meses por oftalmologista geral. Referia uso de lentes corretivas de longa data e baixa acuidade visual bilateral progressiva ao longo dos anos. Negava outras patologias oculares ou quaisquer outras comorbidades. Desconhecia história patológica familiar. Ao exame, apresentava acuidade visual em olho direito: 0.2 (-9,00; -0,25; 115º) e, em olho esquerdo, 0.05 (-8,50; -1,00; 15º) e presença de catarata subcapsular posterior P3 em ambos os olhos. À fundoscopia, encontrou-se, bilateralmente, papilas coradas, com escavações fisiológicas, leve alteração da relação arteriovenosa, leve alteração do relevo foveal com discreta área de fibrose adjacente e, em olho direito, pequena microhemorragia e importante área de hiperpigmentação inferior periférica, estendendo-se até o equador. Em ambos os olhos, ausência de roturas em 360º e raras opacidades vítreas. Foi realizada tomografia de coerência óptica de mácula, evidenciando membrana neovascular em atividade em olho direito e de aspecto cicatricial em olho esquerdo. Foi esclarecido à paciente que a sua baixa acuidade visual não se devia apenas à catarata, como imaginava. Pela alta miopia e pelo achado de membrana neovascular, a paciente foi encaminhada ao ambulatório de Retina para avaliação e tratamento antes de realizar a cirurgia da catarata.

Conclusão

Esse estudo mostra a importância da semiologia aplicada corretamente e destaca que, apesar de catarata continuar como uma das causas mais prevalentes de baixa visual, sempre se deve avaliar o paciente com exame completo, principalmente quando houver discrepância entre a acuidade visual aferida e a esperada para o nível de opacificação do cristalino.

Área

Oftalmologia

Autores

LARA IZIDORIO CRUZ PINHEIRO, DANIEL EDUARDO GARCIA BEZERRA, JAILTON VIEIRA SILVA