Dados do Trabalho

Título

BLOQUEIO PUPILAR POR MEMBRANA EPITELIAL CORNEANA APÓS CIRURGIA DE CATARATA: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente que evoluiu para um quadro de crise de glaucoma por bloqueio pupilar após facectomia com implante de lente intraocular (FACO + LIO), com herniação de íris direcionada à incisão e consequente formação de membrana pupilar.

Relato do Caso

Paciente do sexto feminino, 69 anos, atendida na Fundação Leiria de Andrade (FLA), apresentando há um dia quadro de dor intensa em olho direito (OD), associado a náuseas e vômitos. Havia passado por FACO + LIO de OD há aproximadamente 1 mês. Ao exame oftalmológico, apresentou acuidade visual com correção em OD de conta dedos a um metro e em olho esquerdo (OE) de 20/20. Na biomicroscopia, foram evidenciados em OD hiperemia conjuntival 3+/4+, edema de córnea 3+/4+, pupila em média midríase, sinéquia anterior em região temporal, membrana pupilar e LIO aparentemente tópica. O exame biomicroscópico de OE foi considerado normal. Verificada pressão intraocular do OD, que foi de 70 mmHg e do OE, que foi de 20 mmHg. Paciente então foi medicada com acetato de prednisolona a 1% tópico, maleato de timolol 0,5% + dextrotartarato de brimonidina 0,2% tópico, e acetazolamida via oral. Evoluiu com melhora das queixas clínicas e do quadro oftalmológico. Na sua reavaliação, observamos na biomicroscopia de OD a presença de sinéquia anterior em região temporal, membrana fibrótica em região pupilar com bloqueio pupilar e pigmentos irianos na cápsula anterior do cristalino. A gonioscopia evidenciou ângulo aberto até faixa ciliar em região superior, inferior e nasal e até esporão escleral em temporal, além de sinéquia em região temporal. Durante seguimento do quadro, paciente foi também submetida a iridotomia em OD.

Conclusão

Considerando-se o procedimento de FACO + LIO de OD realizado há aproximadamente um mês do quadro de bloqueio pupilar, e a partir dos achados no exame oftalmológico, concluímos que a paciente apresentou formação de membrana pupilar, seguida de bloqueio, devido inicialmente à herniação da íris pela incisão da facectomia. Assim, houve proliferação epitelial corneana em direção à pupila, levando ao quadro de fechamento angular agudo.