Dados do Trabalho
Título
Dermatoceratoconjuntivite atópica em uma criança: relato de caso
Objetivo
Apresentar um paciente com diagnóstico prévio de Dermatite Atópica (DA), que evoluiu com queixa de baixa acuidade visual e dermatoceratoconjuntivite atópica (DCCA) bilateral, correlacionando os sintomas sistêmicos e as manifestações clínicas oculares.
Relato do Caso
I.F.P., masculino, 07 anos, estudante, natural e procedente de Fortaleza, apresentou placas eritemato-descamativas pruriginosas em região periorbital, lacrimejamento e baixa acuidade visual em ambos os olhos (AO) há três meses. Histórico médico passado de dermatite atópica, diagnosticado há 03 anos e asma crônica. Em uso de betametasona, hidratante corporal, dipropionato de beclometasona, salbutamol e furoato de mometasona. À ectoscopia, lesões hiperemiadas, descamativas em região periorbital e em áreas de dobras. Ao exame oftalmológico, acuidade visual sem correção 20/100 em AO; à biomicroscopia, edema e eczema palpebral, dobras de Dennie-Morgan, blefarite anterior e conjuntiva hiperemiada em AO; córnea com tempo de ruptura do filme lacrimal (TRFL) diminuído, pontos de Horner-Trantas e ceratite. Pressão intra-ocular 16 em OD e 17 em OE. À fundoscopia, sem alterações. Como terapêutica, iniciou o uso de Olopatadina 0,2%, lágrima artificial e dexpantenol gel oftálmico, após 07 dias, paciente teve pouca resolução do quadro, sugerido conduta dermatológica. Iniciado tratamento com uso de etabonato de loteprednol, associado ao uso de Olopatadina 0,2%, tacrolimo pomada nas lesões descamativas, ácido poliacrílico em gel ocular e corticosteroide oral. Menor evoluiu com resolução do quadro clínico dermatológico, acuidade visual de 20/25 em AO.
Conclusão
O controle bem sucedido da Dermatite Atópica requer uma abordagem multidisciplinar, em que o objetivo principal do tratamento com anti-histamínico sistêmico e estabilizador tópico de mastócitos consiste em diminuir os sintomas e minimizar as complicações através do controle do processo inflamatório. Os quadros de alergia ocular e DCCA, embora frequentes, são subdiagnosticados, necessitando, portanto, de um diagnóstico precoce e instituição de tratamento adequado e direcionado.
Área
Oftalmologia
Categoria
Resumos
Autores
FRANCYELLE SAMYRAMIS LOURENÇO RODRIGUES, JOÃO CRISPIM MORAES LIMA RIBEIRO, AMANDA GADELHA MONT`ALVERNE