30° Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

Hipertensão intracraniana idiopática: um relato de caso

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente com síndrome de hipertensão intracraniana idiopática atendida em serviço de especialidade oftalmológico em Fortaleza/Ce.

Relato do Caso

JCDE, 31 anos, feminino, com queixa de diplopia associada a cefaléia e obscurecimento transitório da visão em ambos os olhos (AO) com a mudança postural que surgiu após tratamento para torcicolo realizado com bloqueio anestésico na região cervical posterior. Em uso de anticoncepcional oral combinado. Negava comorbidades. História familiar de glaucoma. Acuidade visual (AV) com correção(-0,75 Esf) em AO 20/25. Biomicroscopia AO: sem alterações. Pressão intraocular por tonometria de aplanação AO: 12mmhg. Fundo de olho (FO) AO: Papiledema com hemorragia peripapilar, retina aplicada, brilho macular normal. Realizou punção lombar com valor de pressão do líquido cefalorraquidiano de 40mmHg, sem alterações bioquímicas e citológicas. Ressonâncias magnéticas de crânio e de órbita: sem alterações. Retinografia colorida confirmando papiledema bilateral e campo visual normal em AO. Levantada a hipótese diagnóstica de Hipertensão Intracraniana Idiopática(HII) e iniciado o uso de Acetazolamida 1000mg/dia e Slow K 1800mg/dia. Realizou acompanhamento inicial bimestral com oftalmologista e neurologista obtendo controle das queixas. Negava surgimento de novos sintomas. Após 6 meses de tratamento, paciente apresentou melhora clínica progressiva, evoluindo com AV 20/20 em AO. Novos exames de FO e retinografia com diminuição significatica do edema de disco óptico.

Conclusão

É importante o diagnóstico precoce e preciso desta afecção afim de realizar uma terapia adequada. O tratamento da HII tem por objetivo principal a prevenção da perda visual e é realizado com dieta (em pacientes obesos) e uso de acetazolamida, furosemida e corticosteróides. Porém a medicação de escolha é a acetazolamina (250mg 4x/dia). Quando existe progressão da perda visual, a despeito destas medidas terapêuticas o tratamento cirúrgico pode ser realizado através de derivação lombo-peritoneal ou de descompresão da bainha do nervo óptico (DBNO).

Área

Oftalmologia

Autores

KALLINE QUEIROGA DE CARVALHO ALBUQUERQUE, FERNANDA ARAÚJO DE SOUZA, RAQUEL HOLANDA DE PAULA PESSOA