30° Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

Uveíte anterior associada a catarata branca em criança: relato de caso

Objetivo

Apresentar um paciente atendido no ambulatório do Instituto Cearense de Oftalmologia, com queixa de baixa acuidade visual e uveite anterior em ambos os olhos correlacionando os sintomas sistêmicos e as manifestações clinicas oculares.

Relato do Caso

S.V.P., feminino, 5 anos, com queixa de baixa acuidade visual em ambos olhos, iniciado há 1 mês. Sem queixas sistêmicas. Exame clínico: ausência de limitação dos movimentos articulares ou alterações de pele. Exame oftalmológico: AV melhor corrigida 20/100 AO. Biomicroscopia: hiperemia conjuntival 2+/4+, precipitados ceráticos tipo mutton fat, ceratopatia em faixa no eixo visual, reação de câmara anterior 2+/4+, sinéquia posterior e membrana pupilar AO. PIO 16 em OD, 17 em OE. FO: nervo óptico corado, bordos nítidos, escavação 0,3x0,3, vasos normais, macula seca, retina aplicada, sem turvação vítrea. Como terapêutica para ceratopatia em faixa foi realizada PTK e ceratectomia fototerapêutica, inicialmente em OD e posteriormente em OE, prescrito tropicamida e acetato de prednisolona 1% AO. Em avaliação com reumatologista foi prescrito metotrexato. Paciente obteve resolução do quadro oftalmologico com o tratamento proposto. Após 2 meses, evoluiu com baixa acuidade visual AO, pior em OE (AVSC: OD 20/60 OE: CD 2M). Biomicroscopia: córnea transparente, catarata nuclear grau 3 em OD, catarata branca em OE com sinequias posteriores AO. Após 1 mês, indicado facectomia e implante de lente intra-ocular AO, evoluindo com melhora da acuidade visual (20/25 AO) e resolução oftalmológica. Exames complementares, fator reumatoide látex, anti DNA e FAN negativos. Anticorpos anti-RNP, anti- SSA, anti-SSB, anti-SM, não reagentes, HLAB27- PCR não detectado.

Conclusão

Importância do exame oftalmológico em pacientes com Artrite idiopática juvenil, devido ao comprometimento ocular, geralmente assintomático, sendo a uveíte anterior detectada ao exame, quando já há complicações como catarata. É necessário avaliação trimestral se FAN positivo e semestral se FAN negativo. Concluimos que o diagnostico e tratamento sistêmico precoce da uveíte diminuem as sequelas.

Área

Oftalmologia

Autores

SARAH RUBIA SALES DE CASTRO E SILVA, Francyelle Samyramis Lourenço Rodrigues, João Crispim Moraes Lima Ribeiro