30° Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

CERATITE ULCERATIVA PERIFÉRICA ASSOCIADA A ARTRITE REUMATÓIDE EM PERÍODO DE REMISSÃO

Objetivo

Relatar caso de ceratite ulcerativa periférica (PUK) associada a artrite reumatóide em período de remissão. Quadro pouco característico, visto que as manifestações oculares tendem a acompanhar as exacerbações sistêmicas

Relato do Caso

P.R.D.S., 30 anos, sexo feminino, deu entrada na Fundação Leiria de Andrade com queixa de dor em OE há um dia. Tinha diagnóstico prévio de artrite reumatóide; negou cirurgias e traumas oculares. Em uso de metotrexato 2,5mg, quatro comprimidos por semana. Ao exame, observamos
acuidade visual sem correção de olho direito (OD) 20/30 e de olho esquerdo (OE) 20/40. Biomicroscopia de OE demonstrou conjuntiva hiperemiada 2+/4, lesão corneana a dois centímetros do limbo de 3mm com afinamento importante e epitelizada, teste com fluoreceína negativo, ausência de edema perilesional e de caracteríscas infecciosas, câmara anterior formada, pupila fotoreagente, íris trófica; o olho contralateral não apresentava alterações. O exame fundoscopico de ambos os olhos apresentava-se com aspecto fisiológico. Com PUK como principal hipótese diagnóstica, foi iniciado predfort 3/3h em desmame semanal, lubrificante 2/2h e epitegel 12/12h. Paciente encaminhada ao reumatologista, o qual afirmou que estava em período remissivo da doença. Quinze dias após inicio do tratamento, apresentou melhora do quadro de dor e hiperemia ocular, além de diminuição do afinamento periférico. Foi reavaliada com 60 dias do diagnóstico, em uso de colírios lubrificante e predfort, sem sinais de atividade da doença e sem desconforto ocular.

Conclusão

Associação de PUK com doenças do tecido conectivo é comum e muitas vezes antecedem os demais sinais da doença sistêmica. A PUK normalmente abre seu quadro em períodos de atividade da doença sistêmica e pode apresentar quadros de melting corneano de difícil controle, muitas vezes exigindo abordagens cirúrgicas e drogas imunossupressoras.
O manejo sempre deve ser feito de forma multidiciplinar e com busca ativa para doenças autoimunes e de tecido conectivo com objetivo de reduzir a morbimortalidade de tais doenças.

Área

Oftalmologia

Autores

MIGUEL RAZERA SIMOES DE ASSIS, VITOR CRUZ FURTADO, LORENA RIBEIRO CIARLINI