30° Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

Quadrantopsia superior homônima direita – relato de caso

Objetivo

Relatar um caso de quadrantopsia superior homônima direita e correlacionar com topografia da lesão na via óptica.

Relato do Caso

F.N.L.S, sexo feminino, 66 anos, comparece para consulta de rotina em hospital de referência oftalmológica. Hipertensa e portadora de cardiomiopatia dilatada, negava alterações de sensibilidade e motricidade. Ao exame, a acuidade visual (AV) com correção em olho direito (OD) 20/30 e olho esquerdo (OE) 20/30 sem melhora com refração. A biomicroscopia demonstrava catarata. A pressão intra-ocular foi 14mmHg em ambos os olhos. O fundo de olho demonstrou escavação aumentada em ambos os olhos: OD 0,8 e OE 0,8. Foi solicitado perimetria computadorizada Humphrey estratégia Sita-Fast programa central 24-2 em que foi evidenciada quadrantopsia temporal superior em OD e quadrantopsia nasal em OE sendo então solicitado Ressonância Magnética de crânio que evidenciou alteração de sinal córtico/subcortical no lobo temporoparietal esquerdo comprometendo os giros temporal inferior, occitotemporal lateral, giro lingual com hipersinal em T2 e FLAIR podendo corresponder a insulto isquêmico vascular prévio com áreas de necrose laminar cortical. Diante do achado da neuroimagem, que era possível correlacionar com déficit em campo visual, foi encaminhada ao neurologista para acompanhamento.

Conclusão

As alterações e sinais dos defeitos visuais dependem da localização da lesão na via visual. Lesões pré-quiasmáticas cursam com cegueira ipsilateral e achados na biomicroscopia e fundo de olho. Lesões quiasmáticas apresentam hemianopsia heterônima bitemporal bem característica e achados sistêmicos do acometimento hipofisário. Nas retro-quiasmáticas vemos a perda visual da seguinte maneira: lesão no trato óptico gera hemianopsia homônima, quadrantopsias indicam acometimento das radiações ópticas; lesões ópticas podem gerar ambos dependendo se ultrapassam ou não o sulco calcarino (acima desse estão as fibras da retina superior e abaixo as da inferior). É interessante ressaltar que através do raciocínio clínico é possível diagnosticar a topografia da maioria das lesões.

Área

Oftalmologia

Autores

SAMILLE RODRIGUES COSTA, SAMILLE RODRIGUES COSTA, Mirela Carla Costa Souza, Mirela Carla Costa Souza, Pedro Javier Yugar, Pedro Javier Yugar