30° Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

FÍSTULA CAROTIDO-CAVERNOSA DE BAIXO DÉBITO DE RESOLUÇÃO ESPONTÂNEA

Objetivo

Relatar o caso de um paciente com fístula carótido–cavernosa de baixo débito com resolução espontânea.

Relato do Caso

VSF, sexo feminino, 82 anos, atendida no serviço com quadro de irritação em olho esquerdo (OE). Foi tratada inicialmente como blefaroconjuntivite. Evoluiu sem melhora do quadro clínico. Após 15 dias retorna com hiperemia conjuntival, quemose , edema de córnea 1+/4+, catarata, vasos ingurgitados e câmera anterior rasa. Pressão intraocular (PIO) OE: 33mmHg. Acuidade visual em OD: 20/40 e em OE: conta dedos frente a face. Foi medicada com predfort, combigan 12/12h e solicitado ultrassonografia de olho esquerdo, que evidenciou: Descolamento de vítreo posterior total, retina aplicada, dilatação vascular sugerindo fístula carótido-cavernosa. Evoluiu com PIO OE: 40 mmHg. Foi iniciado Diamox 8/8h, slow k e dorzolamida 12/12h. Paciente sem história de trauma, sem queixas de zumbido. Evolui com AV OD: 20/40 e OE: 20/400, persistindo ingurgitamento vascular e com melhora da quemose, PIO OD:20mmHg //OE 10mmHg, foi mantido tratamento com Diamox 8/8h , slow K 12/12 h e iniciado britens 12/12h e flutinol 8/8h. Paciente evoluiu com melhora do quadro clínico e PIO: 7mmHg , acuidade visual OE: 20/70 sendo mantido apenas britens 12/12h, realizou arteriografia cerebral que não evidenciou alterações , foi solicitado ressonância magnética de encéfalo, que evidenciou : redução difusa do calibre do seio transverso esquerdo, podendo traduzir recanalização ,sugerindo resolução espontânea.

Conclusão

Fístulas carótido–cavernosas consistem em uma comunicação anormal entre o sistema arterial carotídeo e o seio cavernoso. Podem ser classificadas, hemodinamicamente, em baixo ou alto débito; etiologicamente, em espontâneas ou traumáticas. Em 25% dos casos surge de forma espontânea e em 75% é adquirida, principalmente após trauma. O quadro típico é de uma proptose pulsátil com sopro. O diagnóstico é feito com USG ocular ou ressonância.A confirmação é realizada com a arteriografia cerebral. O tratamento das fístulas de baixo débito pode ser conservador, e em alguns casos é indicada a embolização endovascular.

Área

Oftalmologia

Autores

MIRELA CARLA COSTA SOUZA, PEDRO JAVIER YUGAR, LUISE VASCONCELOS VIEIRA