30° Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

Ceratouveíte herpética necrosante: Um Relato de Caso

Objetivo

O objetivo do trabalho é relatar o caso de um paciente com Ceratite herpética necrosante, associada a uveíte herpética.

Relato do Caso

G.M.S, 69 anos, sexo masculino compareceu ao serviço de córnea do Banco de Olhos de Sorocaba queixando-se de dor em olho esquerdo há 1 mês. Negava episódios prévios, presença de trauma ocular ou uso de lente de contato. Não referia comorbidades associadas. Ao exame oftalmológico observou-se acuidade visual sem correção em olho direito (OD) de 20/30 e em olho esquerdo (OE) de vultos. Na biomicroscopia do OE apresentava úlcera corneana medindo 5mm x 3mm paracentral inferior com presença de consumo estromal, hipópio 0,5mm, reação de câmara anterior 3+/4 e hipoestesia difusa. Olho direito sem alterações. Fundoscopia sem alterações. Foi diagnosticado com ceratouveíte herpética necrosante e iniciado tratamento com aciclovir 2g/dia por 10 dias, associado a lubrificação intensa e antibiótico profilático. Paciente apresentou melhora inicial do quadro, mas descontinuou o tratamento evoluindo com piora clínica e da acuidade visual. Retornou no pronto socorro e foi retomada a conduta com início novamente do aciclovir 2g/dia, associado também a doxiciclina 200mg/dia e prednisona 5mg/dia. Paciente teve resolução completa da úlcera com 14 dias da medicação, apresentando-se com leucoma residual e acuidade visual de conta dedos. Atualmente esta em acompanhamento para reabilitação visual com programação de transplante de córnea após 12 meses da úlcera.

Conclusão

Sabe-se que cerca de 60% das úlceras corneanas em países desenvolvidos são por herpes simples. Após a infecção primária o vírus é transportado para gânglios nervosos e se estabelece uma infecção latente que não pode ser erradicada com tratamentos existentes. A forma necrosante da doença pode ocorrer em qualquer paciente independente do seu estado imunológico e, devido sua alta morbidade e gravidade, deve ser prontamente reconhecida e tratada. Dessa forma, poder-se-á evitar sequelas mais graves e melhorar o prognóstico visual dos pacientes.

Área

Oftalmologia

Autores

NEIDE ARAGAO LIMA DIAS ROCHA, VITOR CRUZ FURTADO, LORENA RIBEIRO CIARLINI