30° Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

EXTENSO CARCINOMA ESPINOCELULAR DE CONJUNTIVA: RELATO DE CASO.

Objetivo

O carcinoma espinocelular da conjuntiva (CEC) é o tumor maligno mais comum da conjuntiva. Este estudo tem o objetivo de relatar um caso de CEC bem diferenciado.

Relato do Caso

D.F, masculino, 60 anos, foi atendido em fevereiro de 2019, no Hospital Banco de Olhos de Sorocaba, com quadro de nódulo em carúncula do olho direito há 5 meses com crescimento progressivo no período. Apresentava acuidade visual com correção de 20/20 em ambos os olhos. Na biomicroscopia do olho direito observou-se nódulo conjuntival móvel de 14 mm na vertical por 10 mm na horizontal em região caruncular, corando positivamente com azul de toluidina. Apresentava dificuldade de fechamento palpebral pelo tamanho extenso do tumor. Olho esquerdo sem alterações. Iniciamos tratamento de citorredução com mitomicina C 0.02% de 6/6 horas por 15 dias com suspensão por 7 dias, seguido de mais 15 dias de medicação completando 1 ciclo. Tentamos tratamento clínico com 2 ciclos de mitomicina C, porém sem sucesso. Foi então optado por exérese com técnica “no touch”, usamos margem de segurança de 2 mm seguido de crioablação das bordas e encaminhado do material para estudo anatomopatológico. Após 7 dias, tivemos confirmação patológica de Carcinoma espinocelular bem diferenciado com margens livres. Atualmente paciente mantém acompanhamento no serviço, evoluiu com cicatrização completa em local cirúrgico e foi optado por apenas acompanhamento clínico devido presença de margens cirúrgicas livres.

Conclusão

O CEC conjuntival é facilmente identificável e tratável. Recidivas podem ocorrer, mesmo quando as margens cirúrgicas não estão acometidas. Por isso, é de grande importância a realização de técnicas cirúrgica que diminuem a chance de recidivas. Uma dessas é a no touch, que diminui significante esse risco pelo fato de não disseminar as células tumorais. Esta técnica também pode ser realizada em casos de tumores extensos e não responsivos a tratamento clínico como deste relato. Ainda assim, os pacientes devem ter acompanhamento criterioso, sendo necessários, mais estudos e maior tempo de seguimento para avaliar sua real eficácia.

Área

Oftalmologia

Autores

CECILIA RUFINO VERISSIMO, Vitor Cruz Furtado, Lorena Ribeiro Ciarlini