30° Congresso Cearense de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA MORBIMORTALIDADE POR NEOPLASIA MALIGNA DE OLHO NO BRASIL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS

Objetivo

O CA ocular é uma neoplasia maligna que afeta o globo ocular. Os tipos mais comuns são o melanoma e retinoblastoma. O objetivo desse estudo é analisar a morbimortalidade por neoplasia maligna de olho no Brasil na última década, analisando local de residência, idade e sexo.

Método

Estudo transversal e documental com abordagem quantitativa, com amostra de 17.941 indivíduos internados por neoplasia maligna de olho no Brasil na última década (2009 - 2018) por meio do Sistema de Declaração de Morbidade Hospitalar do SUS.

Resultado

Amostra de 17.941 indivíduos doentes entre os anos de 2009 e 2018 (incidência = 8,57:100.000hab/taxa de mortalidade = 2,48), 9.656 homens e 8.285 mulheres. Nesse período, a taxa de mortalidade foi de 2,51 para 1,94. A faixa etária de até 9 anos apresentou 8.170 casos, 45,53% de todos os casos. A faixa etária acima de 60 anos mostrou a maior taxa de mortalidade (3,74) e, no norte, uma elevada letalidade (7,69). A região sudeste teve a maior incidência (10,45:100.000hab), e a região norte a maior taxa de mortalidade para este período (4,86). Segundo o INCA, 80% dos casos de CA de olho em crianças são retinoblastomas. Os dados obtidos corroboram a incidência elevada em crianças. O melanoma ocular é assintomático até que ele cause dano o suficiente para ocasionar sintomas, caracterizando um estágio avançado da doença e um pior prognóstico. A principal queixa de pacientes com melanoma ocular é a baixa acuidade visual, o que afeta o diagnóstico em idosos pela existência de pacientes que confundem o sintoma como parte da senescência. A maior mortalidade no norte pode ser explicada pela má distribuição dos serviços de saúde, dificultando o acesso dos interioranos. No Amazonas, em 2013, haviam 2 médicos/1000hab na capital, contra 0,2/1000 no interior, e essa proporção é ainda mais preocupante no Pará. O número de médicos no Sul é 7 vezes maior do que no Norte, explicando a menor taxa de mortalidade.

Conclusão

O diagnóstico precoce demonstra-se essencial - principalmente em crianças e idosos - para uma mudança positiva do prognóstico.

Área

Oftalmologia

Autores

BRUNA SOARES PAES DE ANDRADE, ARTHUR ANTUNES COIMBRA PINHIERO PACIFICO, GABRIELA PINHEIRO BEZERRA GOMES, MARIA YASMIM MOURA MARTINS, THALIA DE SOUZA BEZERRA, VICTÓRIA ALVES MAGALHÃES PINTO