V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

ERRADICAÇAO DE HELICOBACTER PYLORI: ESTARIA A BACTERIA RESISTENTE AO ESQUEMA PADRAO?

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: A efetividade de um regime de erradicação é demonstrada a partir de taxas de sucesso terapêutico maiores que 80%. O esquema considerado de primeira linha pelo III Consenso Brasileiro para tratamento de Helicobacter pylori, composto por inibidor de bomba de prótons, amoxicilina e claritromicina, por 7 dias, mostrou taxa de erradicação no continente americano variando de 78% a 97%, sendo que as evidências atuais apontam que no Brasil podem ser tão baixas quanto 66%. Em relação ao retratamento, no Brasil, utiliza-se, em larga escala, como segunda linha, a associação de uma dose padrão de IBP, duas vezes por dia, 1,0 g de amoxicilina duas vezes ao dia e levofloxacina 500 mg uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias. OBJETIVOS: Determinar taxa de erradicação da infecção após tratamento com esquema triplo padrão por 7 dias de pacientes com sintomas dispépticos associados à infecção por H. pylori, seguidos no ambulatório de gastroenterologia de um hospital terciário de Fortaleza. METODOLOGIA: Realizou-se estudo de coorte retrospectivo e descritivo através da revisão de prontuários de pacientes atendidos no ambulatório de gastroenterologia de um hospital terciário de Fortaleza, entre os anos de 2016 e 2017. Utilizou-se questionário estruturado para coleta de informações referentes a aspectos clínicos, epidemiológicos e de erradicação da bactéria. Foram excluídos do estudo, pacientes que apresentassem endoscopia com alterações estruturais da mucosa gastroduodenal como úlcera péptica ou neoplasia. RESULTADO/DISCUSSÃO: Um total de 72 pacientes foram incluídos no estudo. Eles apresentaram idade média de 55,7 anos e 74,3% eram mulheres. Observou-se que 48 pacientes (65%) responderam à terapia tríplice padrão por 7 dias administrada, erradicando a bactéria, enquanto 26 (35%) não responderam. Destes, seis fizeram uso de esquema de retratamento conforme preconizado pelo consenso vigente, que resultou em cinco (83%) pacientes com erradicação da bactéria e um não. Dessa forma, avaliando-se aqueles que se submeteram a um único esquema padrão de terapêutica e aos que realizaram também esquema de retratamento, 53 (72%) pacientes haviam obtido resposta à terapêutica para erradicação de H. pylori, enquanto 21 (28%) não obtiveram resultados satisfatórios. Portanto, no presente estudo, a taxa de erradicação com esquema de primeira linha encontrada foi de 65%, valor abaixo ao observado em outros estudos realizados no continente americano, porém semelhantes às observadas em outras regiões do Brasil.

Palavras-chave (máximo 3)

Helycobacter pylori; erradicação

Área

Infecções bacterianas e micobacterianas

Autores

Yandra Mirelle Nogueira Alves, José Edvar di Castro Júnior, Deyzilene Cardoso Araújo, Jennifer Brito Ferreira, Lívia Helen Araújo Chaves, Gardênia Costa do Carmo