IX Congresso Brasileiro e VII Congresso Internacional da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física

Dados do Trabalho


Título

Avaliação dos músculos estabilizadores da escápula em praticantes de Crossfit que apresentam sintomatologia de dor no ombro.

Resumo (máximo 3000 caracteres com espaço)

Introdução: O Crossfit é uma atividade física que consiste em movimentos funcionais de alta intensidade com o objetivo de melhorar as capacidades físicas do indivíduo como: resistência cardiovascular e respiratória, energia, força, flexibilidade, potência, coordenação, agilidade, equilíbrio e acurácia. Apesar dos benefícios supracitados, elevado índice de lesão musculoesquelética, em especial na articulação o ombro também estão associados a esta prática em decorrência de demandas elevadas de exercícios durante o treinamento. Em contrapartida, desequilíbrios musculares dos músculos estabilizadores da escápula podem predispor a ocorrência de lesões na articulação do ombro em praticantes de Crossfit, visto que a capacidade e demanda funcional são imprescindíveis para o desempenho de atividades. Objetivos: Avaliar o desequilíbrio muscular dos músculos estabilizadores da escápula (trapézio fibras superiores e inferiores, serrátil anterior, peitoral menor) em indivíduos sintomáticos e assintomáticos que praticam Crossfit a pelo menos 6 meses. Métodos: 50 voluntários (idade, 31.34 ± 5,36 idade; peso, 71.28 ± 67,9 Kg; estatura, 1,68 ± 1,7 metros; IMC, 25.18 ± 25.2 kg/m2) que praticavam Crossfit a pelo menos 6 meses foram randomizados em 2 grupos: grupo sintomático (GS) e grupo assintomático (GA) para sensação de dor na articulação do ombro através de um estudo transversal. Para avaliar os desequilíbrios musculares entre os estabilizadores da escápula utilizou-se: teste do comprimento do peitoral menor; teste de força submáxima unilateral para os músculos: trapézio fibras superiores e inferiores e serrátil anterior e teste de discinese escapular. Resultados: No que diz respeito ao comprimento do músculo peitoral menor, observou-se que ambos os grupos apresentaram encurtamento (sintomático, 5,46±1,60 cm; assintomático, 5,40±1,11; p=0,77) entre eles sabendo que o valor de referência de normalidade é < 2,6 cm. Todavia, o grupo sintomático apresentou força muscular diminuída significativa do trapézio fibras inferior vs. não sintomáticos (sintomático, 3,35±0,98; assintomático, 4,56±1,42RM; p<0,002). Alterações de força muscular entre trapézio fibras superiores (sintomático, 17,50±7,69RM; assintomático, 17,66±6,69; p=0,93) e serrátil anterior (sintomático, 13,18±5,88RM; assintomático, 13,51±6,00; p=0,83) não foram observadas entre os grupos. O grupo sintomático também apresentou maior disfunção de movimento escapular (90%) vs. grupo assintomático (60%). Dados gerais também mostraram que a sintomatologia de dor no ombro foi maior no membro dominante (44%) quando comparado ao membro não dominante (32%) ou ambos (24%). Conclusão: A fraqueza muscular do trapézio fibras inferior, em associação ao encurtamento muscular do peitoral menor e disfunção do movimento escapular pode predispor a sintomatologia de dor no ombro em praticantes de Crossfit. Descritores: treinamento funcional de alta intensidade, dor no ombro, desequilíbrio muscular.

Palavras-chave (máximo 3)

treinamento funcional de alta intensidade, dor no ombro, desequilíbrio muscular.

Área

Biomecânica

Autores

Luana Tiago da Silva, GRACIELLE Vieira Ramos