IX Congresso Brasileiro e VII Congresso Internacional da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física

Dados do Trabalho


Título

A CINESIOFOBIA E SUA RELAÇÃO COM AS LESÕES ESPORTIVAS E COM A AUTOEFICÁCIA EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO

Resumo (máximo 3000 caracteres com espaço)

Introdução: O esporte de alto rendimento é definido como uma atividade física extenuante e prolongada, na qual os atletas, em geral, enfrentam numerosas circunstâncias estressantes para aprimorar seu rendimento, a partir de dimensões técnicas, táticas, físicas, sociais e emocionais. A cinesiofobia consiste em um debilitante e excessivo medo de realizar movimentos e atividades esportivas, para impedir recaídas ou uma nova lesão. A autoeficácia, por sua vez, refere-se às crenças que uma pessoa tem acerca da sua capacidade de organizar e executar ações requeridas, no intuito de alcançar determinados níveis de desempenho. Objetivo: O objetivo da tese foi analisar a relação da Cinesiofobia com as lesões esportivas e com a percepção de autoeficácia dos atletas de alto rendimento e partiu do pressuposto de que a limitação do rendimento de um atleta lesionado, provocada pela dor, é um fator estressor que afeta o seu desempenho. Método: O estudo teve um delineamento de caráter quantitativo, observacional, descritivo-analítico e de corte transversal. Para coleta de dados foram utilizados um questionário socioclínico, elaborado pelo pesquisador responsável, contendo dados, como: nome, idade, sexo, modalidade esportiva, tempo de prática e posição na equipe; os instrumentos utilizados foram a Escala de Tampa para Cinesiofobia (ETC), o Questionário Nórdico de sintomas osteomusculares (QNSO) e a escala de autoeficácia geral percebida (EAGP). Resultados: A população do estudo foi composta por 105 atletas, sendo 75,2% (n=79) do sexo masculino e 24,8% (n=26) do sexo feminino. A média de idade dos participantes foi de 25,16 ± 5,32 anos e o tempo médio de prática esportiva por atleta foi de 10,34± 5,99 anos. A modalidade esportiva mais prevalente foi o Futebol (33,3%, n=35) e os sintomas osteomusculares predominantes foram na região do joelho (55,2%, n=58), seguido da região lombar (49,5%, n=52). O futebol americano foi a modalidade na qual mais se relataram sintomas osteomusculares, em todas as regiões avaliadas, sendo, portanto, a que têm a maior concentração de dor. Ademais, um percentual de 39,05% (n= 41) da amostra apresentou cinesiofobia alta, enquanto que 41% (n= 43) apresentou autoeficácia alta. Observou-se uma relação entre a ETC e o QNSO, de onde se verificou diferenças estatisticamente significativas quanto ao aparecimento de sintomas durante os últimos sete dias. Os indivíduos com cinesiofobia baixa foram os mesmos que apresentaram autoeficácia alta, enquanto que os atletas que tiveram lesão muscular apresentaram cinesiofobia. Conclusão: Nesta pesquisa, demonstrou-se que o risco à cinesiofobia, diretamente proporcional à incidência de baixa autoeficácia, pode servir de empecilho à capacidade de um atleta profissional de executar as ações exigidas em níveis de alto rendimento. Esta condição influencia na forma de agir e na forma de enfrentar e superar situações desafiantes de maneira mais segura.

Palavras-chave (máximo 3)

Cinesiofobia, Autoeficácia, Lesões esportivas

Área

Epidemiologia

Autores

Bruno GIlberto de Melo Silva, SUELY MELO SANTANA