IX Congresso Brasileiro e VII Congresso Internacional da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física

Dados do Trabalho


Título

ALGUNS DÉFICITS EM TESTES BIOMECÂNICOS E FUNCIONAIS ESTÃO ASSOCIADOS A HISTÓRICO DE LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM PRATICANTES DE CROSSFIT®

Resumo (máximo 3000 caracteres com espaço)

Introdução: O CrossFit® é um programa de condicionamento e treinamento que vem ganhando reconhecimento e interesse entre a população fisicamente ativa. (GLASSMAN, 2007). Entretanto, a combinação entre as características que envolvem essa prática, pode levar ao desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas, gerados tanto por fatores de risco intrínsecos (inerentes ao indivíduo) e extrínsecos (decorrentes do ambiente) quanto pela relação demanda-capacidade (BITTENCOURT, 2015). Objetivo: Comparar o perfil epidemiológico e biomecânico dos praticantes de CrossFit® com e sem lesões musculoesqueléticas. Métodos: Estudo transversal conduzido em boxes de Crossfit® entre o período de março de 2016 a dezembro de 2018. A amostra foi composta por praticantes de Crossfit® com e sem histórico de lesões musculoesqueléticas nos últimos 12 meses. Lesão foi definida como qualquer evento no sistema musculoesquelético que impede o praticante de realizar um treino (Summitt, 2016). A coleta contou com a aplicação de um questionário epidemiológico e uma avaliação biomecânica composta por nove testes funcionais que avaliaram flexibilidade, mobilidade, performance e controle neuromuscular. Os testes foram sentar e alcançar com banco de Wells; Lunge test; goniometria de flexão e rotação interna do quadril; Drop Jump Vertical Test (valgo dinâmico); performance dos membros superiores com o Unilateral Seated Sht Put Test (USSP) e o Closed Kinect Chain Upper Extremity Test (CKCUEST); e mais dois testes de performance dos membros inferiores, Single Hop Test e Crosover Hop Test. A análise estatística foi realizada utilizando teste-t, qui-quadrado e modelos de regressão logística multivariada α≤0,05. Pesquisa aprovada no comitê de ética da UFC (2.055.615). Resultados: Foram avaliados 100 participantes sendo 53% mulheres, com idade média de 28±7,15 anos, a maioria classificados na categoria RX (45,9%). A prevalência de lesão foi de 28%, e as estruturas mais afetadas foram os ombros (37%) e coluna lombar (37%). Após análise bivariada 13 variáveis foram elegíveis: Lunge test do membro dominante , YTest em ambos os membros,goniometria de flexão e rotação interna do quadril de ambos os membros, USSP test em ambos os membros, single e crossover Hop test em ambos os membros . O modelo final da análise multivariada incluiu 4 variáveis: goniometria de flexão do quadril no membro dominante (OR=0,91 IC95% 0,85-0,98), o USSP test no membro dominante (OR=0,08 IC95% 0,01-0,93) quanto no membro não dominante (OR=18,51 IC95% 1,30-263,44) e o Crossover Hop test no membro dominante (OR=1,67 IC95% 0,92-3,02). As duas primeiras variáveis são fatores de proteção, a terceira é um importante fator de risco, e a última um fator de confundimento. Conclusão: Podemos concluir que os testes biomecânicos de mobilidade de flexão do quadril, de performance dos membros superiores (USSP) e inferiores (Crossover Hop) estão associados com histórico de lesão musculoesquelética em praticantes de Crossfit®.

Palavras-chave (máximo 3)

Lesão, Fisioterapia, Avaliação.

Área

Biomecânica

Autores

Bruno Araújo Pereira, Mardeson Herculano Acácio, Ana Lídia Maia Silva, Mateus Bastos Souza, TAILANDIA Viana Sampaio, Pedro Olavo Paula Lima