IX Congresso Brasileiro e VII Congresso Internacional da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física

Dados do Trabalho


Título

Avaliação da amplitude de movimento, flexibilidade, rotação superior da escápula, elevação da clavícula e estabilidade do membro superior de atletas da seleção brasileira de handebol de praia saudáveis e com dor no ombro.

Resumo (máximo 3000 caracteres com espaço)

O handebol de praia é um esporte relativamente novo, caracterizado pelo gesto esportivo overhead, o qual pode influenciar no surgimento de adaptações musculoesqueléticas e sintomas dolorosos no complexo do ombro. Considerando que a dor no ombro é um dos principais problemas entre esses atletas e que estudos investigando o handebol de praia são escassos na literatura, o presente estudo propôs como objetivo primário comparar a amplitude de movimento (ADM), flexibilidade, rotação superior da escápula, elevação da clavícula e estabilidade do membro superior entre atletas da Seleção Brasileira de Handebol de Praia saudáveis e com dor no ombro. Como objetivo secundário, investigar as possíveis diferenças entre os membros dominante (MD) e não dominante (MND) em cada grupo, para todas as variáveis. Participaram 23 atletas de elite, sendo 14 saudáveis (6 do sexo masculino e 8 do sexo feminino; 22,0±5,1 anos; 1,78±0,1 m; 22,0±2,7 kg; 6,5±3,6 anos de prática; 0 mm na escala visual analógica [EVA 0–100] no repouso e durante o movimento; 7.8±9.3 no Disabilities of the Arm, Shoulder, and Hand Questionnaire [DASH, 0-100]) e 9 com dor no ombro dominante (7 do sexo masculino e 2 do sexo feminino; 27,0±5,9 anos; 1,85±0,1 m; 88,3±19,1 kg; 8,6±5,3 anos de prática; 17,6±17,0 mm de EVA no repouso e 38,5±23,0 mm durante o movimento; 26.3±16.1 no DASH). Um inclinômetro foi utilizado para avaliar a ADM de rotação medial e rotação lateral do ombro, flexibilidade da cápsula posterior, rotação superior da escápula e elevação da clavícula. Para medir o comprimento do músculo peitoral menor foi utilizada uma fita métrica. A estabilidade do membro superior foi avaliada por meio do Closed Kinetic Chain Upper Extremity Stability Test. Os dados foram analisados pela ANOVA two-way (grupo x membro) e teste t independente. Um p<0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Não houve interação grupo x membro, nem efeito principal de grupo para todas as variáveis analisadas (p≥0,05). Porém, foi identificado que os atletas com dor no ombro apresentaram redução na ADM de rotação medial do MD (diferença média=-5,4±3,8°; p=0,014) em comparação com o MND. Os resultados indicam que, embora não existam diferenças entre os MD dos atletas saudáveis e com dor no ombro, observa-se alterações na ADM de rotação medial do MD em relação ao MND nos atletas sintomáticos. Essas alterações são consideradas fatores de risco para o agravo da dor e para o surgimento de lesões no ombro e podem ser decorrentes da prática do handebol de praia. Os dados deste estudo poderão auxiliar fisioterapeutas na elaboração de condutas preventivas de lesão.

Palavras-chave (máximo 3)

Extremidade superior; Lesões esportivas; Desempenho atlético

Área

Biomecânica

Autores

Germanna Medeiros Barbosa, Scheila Marisa Pinheiro, Glauko Andre Figueiredo Dantas