IX Congresso Brasileiro e VII Congresso Internacional da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física

Dados do Trabalho


Título

A imersão em água fria após treinos diários reduz marcadores bioquímicos do dano muscular sem alterar o desempenho neuromuscular de atletas profissionais de futebol: ensaio clínico randomizado

Resumo (máximo 3000 caracteres com espaço)

A imersão em água fria é um método frequentemente pesquisado e utilizado como estratégia de recuperação após esforços físicos. Poucos estudos investigaram se a aplicação diária durante um curto período de preparação (isto é, microciclo), é benéfica para acelerar a recuperação de atletas. Este estudo analisou os efeitos da imersão em água fria após treinos diários sobre os marcadores bioquímicos do dano muscular, desempenho neuromuscular e medidas psicofisiológicas de atletas profissionais de futebol. Vinte e três atletas do sexo masculino foram randomizados em dois grupos: imersão em água fria (n=11; 18.0±0.8 anos; 22.2±0.9 kg/m2; atletas sentados em uma banheira com água e gelo à 10±1ºC durante 10 minutos) e controle (n=12; 17.9±0.7 anos; 22.3 ± 1.3 kg/m2; atletas sentados sobre um tatame durante 10 minutos). Ao todo foram realizadas seis sessões de imersão ou controle (2°, 3°, 4°, 7°, 8° e 9° dias) imediatamente após o treino (de ±2 horas). No primeiro dia, foi realizada a avaliação inicial; nos dias 5 e 6, os atletas descansaram e, no 10° dia (24 horas após a última sessão), houve apenas a coleta sanguínea. As amostras de sangue periférico foram obtidas no 1°, 2°, 9° e 10° dias, para quantificar os marcadores bioquímicos do dano muscular (creatina kinase [CK] e lactate desidrogenase [LDH]). As medidas de desempenho neuromuscular (altura do salto vertical com contramovimento, força isométrica concomitante à atividade eletromiográfica dos músculos extensores e flexores do joelho) foram analisadas no 1° e 9° dias. A percepção subjetiva de esforço (PSE) e a percepção de recuperação total foram coletadas do 1° ao 4° dias e do 7° ao 9° dias, antes de o atleta dormir. Os dados foram analisados pela ANOVA mista (grupo x tempo) e o Cohen’s D (d) foi utilizado para calcular o tamanho do efeito da diferença entre os grupos. Um p<0,05 foi considerado estatisticamente significativo. O uso da imersão em água fria reduziu os níveis de CK (p=0,020) nos momentos pré (d=1,15) e após o treino (d=1,38) do 9° dia, assim como 24 horas após (d=1,14), quando comparado ao grupo controle. Em relação aos níveis de LDH, embora não tenha sido obervada interação grupo x tempo (p=0,268), os atletas pertencentes ao grupo imersão em água fria tiveram os níveis de LDH reduzidos 24 horas após a última intervenção, em comparação ao grupo controle (p=0,034; d=0,95). Houve melhora da percepção de recuperação total no 7° (p=0,03; d=1,69) e 8° (p=0,014; d=1,21) dias no grupo imersão em água fria, em comparação com o grupo controle. Não houve alterações no desempenho neuromuscular (p≥0,05) e na PSE (p=0,985) dos atletas. A imersão em água fria após treinos diários reduz marcadores bioquímicos do dano muscular, promove sensação de recuperação e não interfere no desempenho neuromuscular de atletas profissionais de futebol.Esses achados indicam que o uso diário da imersão em água fria parece ter uma nova perspectiva como estratégia de recuperação na rotina de treinamento desses atletas.

Palavras-chave (máximo 3)

Crioterapia; Desempenho atlético; Esportes

Área

Atendimento emergencial & Recovery

Autores

Scheila Marisa Pinheiro, Germanna Medeiros Barbosa, Jeferson Tafarel Pereira Rêgo, Wouber Hérickson Brito Vieira, Paulo Moreira Silva Dantas