18° Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna

Dados do Trabalho


Título

Manejo cirúrgico das lesões complexas envelhecidas do sacro por estabilização lombopélvica: avaliação longitudinal de 16 casos

Objetivo

Avaliar as indicações cirúrgicas, os dados epidemiológicos, os desfechos radiográficos e as complicações pós operatórias de uma série de 16 casos de fraturas complexas envelhecidas do sacro tratadas utilizando as técnicas de fixação espinopélvica bilateral (FEP) ou osteossíntese triangular (OT) em um serviço de referência de casos complexos de traumatologia e ortopedia do sistema público de saúde.

Metodologia

estudo longitudinal, com base na revisão retrospectiva de prontuários de pacientes com fraturas complexas do sacro, admitidos em um serviço quaternário, entre 2014 e 2020. Foram incluídos todos os pacientes acima de 18 anos submetidos ao tratamento cirúrgico, cujo tempo de evolução entre o trauma e o procedimento cirúrgico foi maior ou igual a três semanas em que foram utilizadas técnicas cirúrgicas de OT ou FEP. Para definição do padrão e classificação das lesões foram avaliadas as radiografias e tomografias computadorizadas com reconstruções tridimensionais.

Resultados

Foram selecionados 16 casos de fraturas complexas envelhecidas do sacro. A média de idade foi de 39,8 anos (18 a 71 anos), sendo 11 (68,7%) pacientes do sexo masculino e 5 (31,3%) do sexo feminino. As lesões do anel pélvico anterior representaram a associação mais comum, presentes em 12 (75%) casos. A preservação da integridade neurológica, ocorreu em 8 (50%) casos, 1 (6,2%) indivíduo evoluiu com parestesia nos membros inferiores, 2 (12,5%) com déficit motor em membros inferiores e 5 (31,3%) com disfunções esfincterianas. Entre os pacientes com comprometimento neurológico, 4 (50%) evoluíram com melhora completa do déficit, 2 (25%) apresentaram melhora parcial e em 2 (25%) casos não houve alteração do quadro. O tempo médio entre o trauma e a fixação definitiva da fratura sacral foi de 50,6 dias (21 a 120 dias) para o grupo submetido a OT e de 63,4 dias (21 a 210) para os submetidos a FEP. O intervalo entre o procedimento cirúrgico e a alta hospitalar foi de 6 e 27 dias para os grupos submetidos a OT e FEP, respectivamente. O tempo médio cirúrgico foi 3,6 horas para OT e 4,9 horas para FEP. Durante o seguimento, que variou de 12 a 84 meses (média de 46,9 meses), ocorreram complicações pós-operatórias em 4 (44,4%) pacientes que realizaram FEP: a mais frequente foi a infecção do sítio cirúrgico que ocorreu em 3 (33,3%). Em 1 (11,1%) caso houve necessidade de reposicionamento do parafuso de S1 por radiculopatia. Não houveram complicações pós-operatórias no grupo submetido ao procedimento de OT.

Conclusões

Este é o primeiro estudo publicado que apresenta os resultados do tratamento cirúrgico tardio de uma série de casos de lesões complexas envelhecidas do sacro. O seguimento mínimo foi de 12 meses e todos os indivíduos analisados apresentaram boa evolução pós-operatória. O manejo cirúrgico dessas lesões por meio da osteossíntese triangular e fixação espinopélvica bilateral se mostrou seguro e eficaz, embora esta última técnica tenha apresentado maiores taxas de complicações.

Arquivos

Área

Trauma na coluna vertebral

Instituições

Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Alderico Girão Campos de Barros, Luiz Felippe Mokdeci Martins de Oliveira, Ana Carolina Leal, João Antônio Matheus Guimarães, Luis Eduardo Carelli Teixeira da Silva