Dados do Trabalho
Título
Escoliose idiopática- Distribuição dos parâmetros sagitais nos diferentes tipos
Objetivo
Com o avanço do conhecimento sobre o papel da pelve e sua relação com equilíbrio sagital da coluna vertebral e o alinhamento do segmento cervical, é importante identificarmos as modificações que ocorrem no equilíbrio espinopélvico e da coluna cervical de pacientes com diagnóstico de escoliose idiopática do adolescente (EIA). O objetivo deste trabalho é descrever os parâmetros radiográficas sagitais de pacientes com EIA e correlaciona-los com os diferentes tipos de escoliose segundo a classificação de Lenke.
Metodologia
Estudo observacional retrospectivo envolvendo pacientes com EIA atendidos em um Serviço da Coluna de um hospital terciário do Sistema Único de Saúde, no período de 2013 a 2020, com indicação cirúrgica de tratamento (Cobb ≥50º). Foram avaliadas as radiografias panorâmicas em anteroposterior (AP) e perfil ortostático para determinar os parâmetros: eixo vertical sagital (EVS), eixo cervical vertical sagital (ECVS), ângulos de cifose torácica (CT), lordose lombar (LL), lordose cervical (LC) C2-C7, lordose C1 -C2, ângulo T1 pelve (ATP), versão cervical (VC), abertura torácica superior (ATS), inclinação de T1 (IT1), inclinação pélvica (IP), inclinação sacral (IS) e versão pélvica (VP). As variáveis contínuas foram apresentadas como média, desvio padrão (DP), valor mínimo e máximo, sendo avaliadas utilizando o teste t de Student.
Resultados
Foram incluídos 110 pacientes, sendo 84,5% (n=93) do sexo feminino (1:5,5), 82,2% (n=88) com baixo peso ou na faixa normal (22,6±3,5; 15-32 kg/m2) e com média de idade de 21±3,4 (10-29) anos. De acordo com o a classificação de Lenke: 42,7% (n=47) Lenke I, 7,3% (n=8) II, 23,6% (n=26) III, 3,6% (n=4) IV, 11,8% (n=13) V e 11,0% (n=12) VI. Quanto ao modificador lombar: 37,3% (n=41) A, 18,2% (n=20) B e 44,5% (n=49) C; e sagital (T5-T12): 61,8% (n=68) normal (entre 10 e 40°), 34,6% (n=38) hipercifose e 3,6% (n=4). Comparando os parâmetros radiográficos analisados (Tabela 1) entre os grupos sem curva lombar estruturada (Lenke I-II) com o grupo de curva lombar estruturada (Lenke III a VI) foi observada diferença significativa apenas no ângulo da cifose torácica (P=0,01, Teste T de Student.). Os demais parâmetros analisados (LC, L C1-C2, IT1, VC, ATS, LL, IP, VP, IS, ATP, EVS e ECVS) não foram significativamente diferentes entre os dois grupos (estruturada versus não estruturada).
Conclusões
Os parâmetros sagitais apresentam
diferentes valores e distribuição nos diferentes tipos
de escoliose idiopática e devem ser considerados na elaboração terapêutica.
Arquivos
Área
Deformidade na criança
Instituições
INSTITUTO NACIONAL DE TRAUMATOLOGIA E ORTOPEDIA - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Luis Antonio` Medeiros Moliterno, Gustavo Borges Laurindo Azevedo, Antônio Eulálio Pedrosa Araújo Júnior, Jamila Alessandra Perini, Helton Luiz Aparecido Defino