X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

CONSIDERAÇOES SOBRE A DECANULAÇAO DA TRAQUEOSTOMIA NO CONTEXTO DE FIM DE VIDA

Introdução

A traqueostomia, considerada uma cirurgia para desobstruir as vias aéreas e recomendada em diversas situações (Santa-Cruz et al., 2020) porém quando a traqueostomia não é mais necessária, a retirada da cânula ou decanulação, deve ser realizada de forma segura e eficaz, tendo em vista, melhorar a comunicação, a aparência e minimizar complicações (Kutsukutsa, Mashamba-Thompson e Saman, 2017), ocasionando consequentemente impacto positivo na qualidade de vida do paciente.

Objetivo e Método

Diante do exposto, o presente material pretende realizar considerações acerca da retirada da cânula de traqueostomia/decanulação em pacientes no contexto de fim de vida. Para isso, foi realizada uma revisão integrativa da literatura a partir da combinação dos os descritores Palliative Care, Terminal Care, Hospice Care, Decannulation, Tracheostomy e Weaning nas plataformas DeCs e MeSH e empregados para a pesquisa bibliográfica na base de dados eletrônica PubMed/MEDLINE. A inclusão dos artigos fundou-se nos seguintes critérios: estudos que contemplassem o uso da traqueostomia e a decanulação em pacientes sob cuidados paliativos.

Resultados

Preliminarmente, foram achados um total de 514 artigos, porém após a apreciação de elegibilidade apenas cinco manuscritos possuíam critérios para compor esta revisão. Newman et al. (2007) avaliaram a necessidade contínua de traqueostomia em pacientes sob cuidados paliativos e perceberam que após a remoção da cânula os pacientes apresentaram melhor estado funcional e diminuição dos sintomas. Daube et al. (2023) descreveram um caso clínico recomendando que decanulação deve ser considerada quando o objetivo for remover intervenções que sustentam a vida. Peixoto et al. (2018) observaram que a presença de traqueostomia nos pacientes são fatores que influenciam na decisão familiar sobre a implementação dos cuidados paliativos. Perin et al. (2017) identificaram que pacientes com traumatismo cranioencefálico apresentando tosse espontânea tinham maiores taxas de sucesso na decanulação. Pan et al. (2015) mostraram que a intervenção de equipes de cuidados paliativos pode reduzir comorbidades, mortalidade e melhorar o desfecho dos pacientes traqueostomizados.

Conclusão/Considerações finais

Em síntese, a decanulação da traqueostomia em pacientes no contexto de fim de vida pode ter resultados positivos na funcionalidade e qualidade de vida do paciente, entretanto, o processo deve ser realizado com uma equipe integrada e treinada, correlacionando sempre as necessidades e desejos do paciente.

Palavras Chave

Cuidados Paliativos; Decanulação; Traqueostomia

Área

Outras áreas

Instituições

Universidade Federal de Viçosa (UFV); Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (FADIP) - Minas Gerais - Brasil

Autores

FABIOLA ALVES ALCANTARA