Dados do Trabalho
Título
Morte em domicílio, é só uma questão de escolha?
Apresentação do caso
Neste trabalho relatamos a história de um pacinte, e de sua família, que convivia com DPOC, com indicação de cuidados paliativos, que tinha o desejo de manter seus cuidados até o óbito em seu domicílio. A ausência de uma equipe multidisciplinar e especializada e a indisponibilidade de medicamentos eficazes para controle de sintomas minimizou e dificultou a oferta de cuidados paliativos de forma adequada em domicílio.
Discussão
O paciente era portador DPOC, uma doença de evolução crônica e progressiva, que cursa com tosse, produção de expectoração e dispneia. A DPOC afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e o número de casos continuam aumentado. Sendo o tabagismo a principal causa da doença. Geralmente os pacientes com DPOC apresentam dispneia incapacitante e exacerbações frequentes, neste caso não foi diferente, apesar do tratamento convencional o paciente apresentou piora significativa do quadro clínico, e um bom controle da dispneia se fazia necessário. A dispneia é um sintoma angustiante tanto para os pacientes, como para os cuidadores, familiares, e profissionais da saúde que acompanham e assistem o caso.
Foi abordado sobre as preferências e desejos do paciente, ele preferiu passar seus últimos dias de vida em sua residência, escolheu falecer em seu domicílio, é uma escolha muito compreendida pois o domicílio é um ambiente onde nos sentimos acolhidos e aconchegados, pela nossa biografia, pela nossa família e amigos. Mas esse desejo será sempre realizado ou possível?
O processo de morrer no domicílio é bastante delicado, pois envolve o desejo da pessoa que está no término da vida, aceitação e confortabilidade da família e cuidadores, disponibilidade da equipe de saúde e a integração da rede de atenção à saúde do local.
Considerações finais
A dificuldade de acesso a terapêutica e até mesmo de equipe multidisciplinar e especializada para ofertar o cuidado adequado ao paciente em Cuidados Paliativos é um cenário ainda muito frequente no Brasil, principalmente no interior do país, especialmente quando pensamos em abordagem no domicílio. A falta de profissionais especializados e de políticas públicas que possam ampliar esse acesso ou até mesmo colocar em prática programas já existentes como o Programa Melhor em Casa é uma realidade que precisamos relatar e discutir nos meios acadêmicos e também levar às autoridades, afim de reduzir as discrepâncias e de fato construir um Sistema de Saúde único, acessível, longitudinal e equânime.
Palavras Chave
Cuidados Paliativos Domiciliares; Equipe Multiprofissional; controle de sintomas
Área
Modalidades de atendimento
Autores
DANIELE PEDROZA DA SILVA, Jéssica Santos de Oliveira