X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

A COMUNICAÇAO DE MAS NOTICIAS A FAMILIA NO CONTEXTO DA TERAPIA INTENSIVA – SPIKES VERSUS EXPERIENCIA MEDICA

Introdução

Transmitir más notícias consiste na ação mais comum e mais difícil que o médico enfrenta na sua rotina. Uma tarefa complexa, cercada de desafios e efeitos negativos para todos os envolvidos . Alguns protocolos já existem para apoiar a condução deste processo, entre eles o SPIKES, que, neste estudo será um referencial comparativo à realidade estudada.

Objetivo e Método

Conhecer a experiência de médicos plantonistas em UTI em comunicação de más notícias e compará-la com as orientações previstas no protocolo SPIKES.
O estudo se caracteriza como descritivo, exploratório de abordagem qualitativa, realizado com 10 médicos, seguindo o critério de inclusão de atuar como plantonista em terapia intensiva pelo período mínimo de 1 ano. Eles foram recrutados por snowball e delimitados pela saturação teórica dos dados. A coleta se deu por meio de entrevista semiestruturada analisada pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC).

Resultados

Os resultados apontaram para uma baixíssima adesão e até para o desconhecimento do protocolo SPIKES. Apenas 03 participantes citaram o protocolo, mas nenhum deles descreveu sua condução da comunicação de más notícias compatível com o SPIKES. De uma forma geral, Setting foi citado apenas como sugestão por 02 participantes; Perception, por outro lado foi a etapa que mais é seguida pela maioria dos entrevistados; Invitation não foi considerado por nenhum médico; Knowledge é praticado parcialmente; Empathy é algo quase ausente, sendo atribuído pela maioria dos participantes ao psicólogo e até referido como algo muito difícil para a categoria médica; por fim, Summary não foi referido como parte da conduta em nenhum dos discursos. As condutas mais prevalentes estavam centradas em conhecer bem o quadro clínico e a evolução do paciente e observar o grau de instrução dos familiares, buscando adaptar a linguagem.

Conclusão/Considerações finais

Infelizmente, na realidade estudada a comunicação de más notícias no contexto da UTI está longe do que orienta/sugere o protocolo SPIKES. Fica evidente o despreparo do profissional médico para lidar com situações extremas que demandem sensibilidade, empatia e acolhimento. Sugere-se, portanto, uma melhor formação acadêmica e continuada para o cuidado e a humanização nestas situações, além da inclusão de outros profissionais neste momento de diálogo com a família, somando habilidades para o acolhimento necessário no momento de receber uma má notícia.

Referências

BAILE, W. F. et al. SPIKES—A Six-Step Protocol for Delivering Bad News: Application to the Patient with Cancer 2000.

Palavras Chave

comunicação em saúde; Unidade de Terapia Intensiva; Protocolo

Área

Outras áreas

Autores

REBECA BRITO BITTENCOURT, ANA ESTHER SOARES SILVA SOUSA, ARIELI CARVALHO PEIXOTO CUNHA, MATEUS VILARIM OLIVEIRA, CHRISNE SANTANA BIONDO, EMANUELLE CAIRES DIAS ARAÚJO NUNES