Dados do Trabalho
Título
VISITA POS-OBITO COMO AUXILIAR NA ELABORAÇAO DO LUTO DO PROFISSIONAL DE SAUDE: RELATO DE EXPERIENCIA NA ATENÇAO DOMICILIAR DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO
Apresentação do caso
A atenção domiciliar é caracterizada por um conjunto de ações de prevenção e tratamento de doenças, reabilitação, paliação e promoção à saúde prestadas em domicílio por equipe multidisciplinar.
O processo de luto se inicia em situações em que há perdas significativas por morte ou em circunstâncias em que, mesmo que não haja uma morte concreta ocorra uma perda.
As visitas pós-óbito são oferecidas aos familiares e ocorrem em até quinze dias do falecimento do paciente. Contam com a presença do psicólogo, além dos profissionais que estabeleceram maior vinculo com esse grupo familiar. Ofertando um espaço de escuta, acolhimento, expressão de pesar, validação do sofrimento, além de psicoeducação acerca dos sintomas esperados no processo de luto.
Discussão
No contexto do trabalho do profissional de saúde, a morte é, inevitavelmente, presente. Profissionais de saúde aprendem e atuam na busca pela cura e qualidade de vida dos pacientes, entretanto, quando alguém vai a óbito, precisam enfrentar aquela perda na maioria das vezes não legitimada, não autorizada o que pode gerar grande sofrimento.
No processo de terminalidade da vida, principalmente na atenção domiciliar, a equipe de saúde mantém uma relação muito próxima com o paciente e grupo familiar, por estar em contato direto com as necessidades da pessoa doente e seus familiares. Ao mesmo tempo, estão mais suscetíveis ao estresse a sensação de fracasso diante da morte. Foi observado no decorrer da implementação das visitas pós-óbito, que os profissionais de saúde sentiam-se confortáveis para utilizarem esse espaço com, a presença do grupo familiar, para compartilharem seus sentimentos e terem seu sofrimento reconhecido. A expressão do pesar dos familiares, os autorizavam a expressão do próprio pesar, sem julgamentos.
Os profissionais passam a solicitar presença nas visitas pós-óbito dos pacientes com maior vinculo. E quando um paciente falece, os próprios profissionais, solicitam a marcação dessas visitas. Falar de seus sentimentos para esses familiares é experienciado pelos profissionais como essencial para a elaboração dessa perda, além de permitir ressignificações importantes.
Considerações finais
A visita pós-óbito, além de proporcionar uma finalização humanizada do atendimento no domicílio, pode ser um dispositivo que favoreça a melhor integração do luto do profissional de saúde. Necessitando de maiores estudos na área.
Referência:
CASELLATO, Gabriela. Luto por perdas não legitimadas na atualidade. São Paulo: Summus Editorial, 2020.
Palavras Chave
Atendimento domiciliar; Atenção Domiciliar, visita pós-óbito
Área
Modalidades de atendimento
Autores
SAMANTHA REIS DE JESUS