Dados do Trabalho

Título

DIAGNOSTICO DE CANCER EM HOMENS: IMPACTOS SOCIAIS E SEUS REBATIMENTOS NA DINAMICA DE VIDA DOS PACIENTES EM QUIMIOTERAPIA PALIATIVA EM UM HOSPITAL ONCOLOGICO NO MARANHAO.

Introdução

O câncer constitui uma doença crônica ameaçadora da vida, com um alto teor de prevalência na população mundial, tornando-se um problema de saúde pública. Os homens constituem público com maior taxa de mortalidade no Brasil. Tal realidade é atravessada pela construção cultural do ser masculino enquanto sujeito que negligencia o processo de cuidado à própria saúde.

Objetivo e Método

O estudo teve como objetivos identificar o perfil dos homens em quimioterapia paliativa no Hospital Oncológico e analisar os impactos causados pelo diagnóstico e tratamento. Material-Método: Trata-se de Trabalho de Conclusão de Residência-TCR, cuja pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, com parecer nº 3.769.782, sendo realizada através de entrevista semiestruturada com 20 pacientes no Salão de Quimioterapia do Hospital Oncológico. Os dados coletados foram transcritos e seus resultados foram obtidos através do programa de bioestatística STATA.

Resultados

A maior parte público pesquisado é do interior do Estado do Maranhão, idade média de 42 anos, Ensino Fundamental Incompleto, profissão de lavrador/pescador, católico, núcleo familiar composto por 3 pessoas, tendo como cuidadora principal a companheira/esposa, renda de 1 salário mínimo, grande parte com suporte familiar em São Luís/MA e a maioria dos participantes realizavam tratamento quimioterápico paliativo. A maior parte dos participantes referiram sentir falta do trabalho e da liberdade de ir e vir. Ao serem questionados sobre as expectativas diante do tratamento, a maior parte respondeu que é ter saúde e o desejo de retorno ao trabalho/estudos.

Conclusão/Considerações finais

Evidencia-se as particularidades deste público perante as ferramentas de enfrentamento da doença, o caminho percorrido até o conhecimento do diagnóstico, a procedência e as necessidades materiais para adesão e continuidade em busca de melhoria da qualidade de vida. Ao se trazer para debate a construção deste ser masculino, a própria história estimulou que comportamentos de riscos, como a ausência de adesão a exames médicos periódicos e a métodos preventivos, repercutissem até o presente. Nota-se, que culturalmente existe uma prática de negar-se cuidado, muitas vezes justificado pelas questões laborativas, como as jornadas de trabalho que não permitem seu acesso aos serviços de saúde.

Referências

ALVES, RF., et al. A saúde do homem na interface com a Psicologia da Saúde. In ALVES, RF., org. Psicologia da saúde: teoria, intervenção e pesquisa [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2011.
BARBOSA, Leopoldo Nelson Fernandes; FRANCISCO, Ana Lúcia. A subjetividade do câncer na cultura: implicações na clínica contemporânea. Rio de Janeiro: Rev. SBPH. 2007.
INCA – Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer / organização Mario Jorge Sobreira da Silva. 5. ed. Rio de Janeiro: Inca, 2019.

Palavras Chave

Cuidados Paliativos; Câncer; Homens