Dados do Trabalho
Título
Experiência de implantação da comissão de cuidados paliativos em um hospital de doenças infectocontagiosas: impactos e desafios
Apresentação do caso
Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cuidado paliativo melhora a qualidade de vida dos pacientes e famílias com doenças potencialmente fatais, aliviando o sofrimento físico, psicossocial e espiritual (OMS, 2018). Assim, todos os profissionais que assistem aos pacientes com doenças infecciosas graves e risco de morte, devem ofertar cuidados paliativos (Ferragut, 2020). Objetivo: Relatar os impactos e desafios da implantação da Comissão de Cuidados Paliativos em um hospital de doenças infectocontagiosas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, de caráter qualitativo, baseado nas vivências de profissionais de um hospital referência em doenças infectocontagiosas, localizado na cidade de Maceió-AL, de agosto de 2022 a julho de 2024. A recorrência de casos de síndrome da imunodeficiência adquirira (AIDS) e outras doenças crônicas na unidade hospitalar motivou a criação da Comissão de Cuidados Paliativos. Diante das demandas, fisioterapeutas do hospital começaram a discutir paliação na prática assistencial, destacando a necessidade de preparar profissionais e promover ações para melhor atender a estes pacientes.
Discussão
A proposta de constituição da Comissão de Cuidados Paliativos foi acolhida pela gerência hospitalar e instituída por Portaria Interna, em agosto de 2022, como um órgão consultivo e informativo, composto por equipe multiprofissional e disponível para assessorar as equipes assistenciais da Unidade Hospitalar. O órgão segue a Resolução nº 41, de 31 de outubro de 2018 do Ministério da Saúde, que define diretrizes para a organização dos cuidados paliativos no SUS. Em 2 anos, a Comissão avaliou 50 casos, resultando em 9 desospitalizações, 2 transferências para hospital especializado em oncologia e 37 evoluções para óbitos. A despeito de paulatinamente construir e fortalecer a cultura dos cuidados paliativos na instituição, a comissão ainda enfrenta desafios como pedidos tardios de avaliação, resistências profissionais, falhas de comunicação, “despaliação”, dificuldades em desospitalizar pacientes vulneráveis e dificuldade em conseguir avaliações especializadas.
Considerações finais
A implantação de uma Comissão de Cuidados Paliativos em um hospital de doenças infectocontagiosas vem permitindo melhor assistência aos usuários, familiares e/ou cuidadores, além difundir o conceito e boas práticas de cuidados paliativos integrando-os como instrumento de humanização da assistência hospitalar.
Palavras Chave
Cuidados Paliativos; doenças infectocontagiosas; SUS
Área
Outras áreas
Instituições
Hospital Escola Dr Helvio Auto (HEHA/UNCISAL) - Alagoas - Brasil
Autores
VANNESSA CARVALHO ALMEIDA, THAÍS VERAS DE MORAIS REZENDE