Dados do Trabalho

Título

Passeio Terapêutico: redescobrindo espaços e significados no hospital

Apresentação do caso

O setor de Cuidados Paliativos de um hospital de Recife acolhe pacientes acometidos por doenças ameaçadoras da vida, desde os com possibilidade de reabilitação até aqueles em fase final de vida. O hospital se torna um lugar central na vida do paciente e família, o que pode ser um fator ameaçador ou protetor, a depender de como se conduz a experiência naquele espaço.
A hospitalização prolongada pode gerar efeitos negativos, como a quebra da rotina, o sentimento de solidão, ansiedade, humor deprimido perca de funcionalidade, imobilismo devido ao tempo acamado, riscos de lesão por pressão e até aumento de dependência nas atividades de vida diária.

Discussão

O passeio terapêutico, também conhecido como “banho de sol”, é realizado enquanto estratégia de cuidado que visa romper a rotina hospitalar, proporcionando ao paciente momentos em espaços mais abertos, dentro ou fora do hospital e a possibilidade de realização de atividades e exercícios em um local agradável, favorecendo assim a adesão do paciente ao tratamento e melhorando a qualidade de vida durante o tempo de hospitalização.
Uma parceria significativa tem acontecido entre a Fisioterapia e a Psicologia nesse contexto. A Fisioterapeuta faz a avaliação do paciente para determinar se este tem condições de fazer o passeio, além garantir que este tenha uma mobilidade segura, sempre estimulando sua autonomia ao máximo possível. O momento da realização dos exercícios inclusive, pode ser durante o passeio terapêutico, mudando o ambiente e favorecendo a colaboração do paciente. E com isso, temos como resultado maior adesão ao tratamento e ao tempo de internamento, maior colaboração na realização dos exercícios, aumento de autonomia, melhora na marcha e força muscular e aumento de satisfação do paciente.
Durante os passeios, a psicóloga traz um olhar mais aprofundado sobre o que é psíquico naquela experiência. O ambiente mais privado e restritivo facilita a escuta terapêutica, permitindo que o paciente se expresse livremente suas emoções. É também onde, muitas vezes, fica mais possível de elaborar em conjunto novos sentidos acerca do processo de adoecimento e hospitalização. Além disso, é uma oportunidade de proporcionar momentos de conexão entre paciente e acompanhantes fora do espaço tradicional.

Considerações finais

Essa abordagem multidisciplinar colabora para o bem-estar físico do paciente e oferece suporte emocional, ajudando a reduzir a dor total e humanizar o atendimento e ressignificando o que são os cuidados paliativos.

Palavras Chave

Cuidados Paliativos Psicologia Fisioterapia