X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

PPS E PERFIL DOS PACIENTES ONCOLOGICOS E NAO ONCOLOGICOS ACOMPANHADOS PELO SERVIÇO DE CUIDADOS PALIATIVOS DE UM HOSPITAL TERCIARIO EM FORTALEZA-CE

Introdução

No Brasil, os cuidados paliativos (CP) são identificados desde 1980, contudo em 2002 uma portaria do Ministério da Saúde fez um marco, pois instituiu as diretrizes na assistência à dor e CP no país. A primeira definição de CP foi apresentada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1990. Esta definição foi revisada em 2002 e 2012 e substituída pela que usamos hoje. Ao avaliar um paciente em CP, deve-se saber quem ele é, sua funcionalidade, seu diagnóstico e a fase da doença em que está. Assim, umas das ferramentas para o nosso auxílio é a Palliative Performance Scale (PPS), que avalia cinco domínios: deambulação, atividade/evidência de doença, autocuidado, ingesta oral e nível de consciência. Esta subdivide-se em 11 níveis, variando de 0% a 100%, com aumentos seriados de 10%, no qual 0% corresponde a um indivíduo morto e 100% indicam capacidade de exercer uma atividade normal e de trabalhar sem qualquer cuidado especial. O PPS deve ser utilizado em todos os atendimentos a fim de acompanhar a progressão da funcionalidade e necessidade dos pacientes em CP.

Objetivo e Método

Objetivo: Analisar a relação entre a escala PPS e o desfecho dos pacientes atendidos no ano de 2023 pelo serviço de CP de um Hospital terciário no Ceará.
Método: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, realizado através de um recorte da base de dados REDCAP (Research Electronic Data Capture) dos pacientes atendidos pelo serviço de CP, de um hospital no estado do Ceará, atendidos no ano de 2023.Estes foram divididos com condições oncológicas e não oncológicas, e estratificados de acordo com o PPS.

Resultados

Foi visto que 262 pacientes foram atendidos pela equipe de CP durante o ano de 2023 e que 55% dos pacientes tiveram PPS igual ou abaixo de 30%, 45% dos pacientes tiveram PPS acima ou igual a 40%. Quanto ao desfecho, mostrou que 75% dos pacientes com PPS abaixo de 30% foram a óbito durante a internação, e 68% dos pacientes com PPS acima de 40% foram de alta. Quanto à doença de base, 44% dos pacientes eram não oncológicos, e 56% eram oncológicos. Quanto ao setor de origem, 64% dos pacientes com PPS igual ou abaixo de 30% vieram da UTI e 19% vieram da Geriatria (segundo lugar). Em relação à idade, 59% tinham acima de 60 anos, e 41% tinham abaixo de 59 anos.

Conclusão/Considerações finais

Diante dos dados pode-se concluir que a maioria dos pacientes tem doença oncológica (56%), já chegam para avaliação da equipe de CP com grande prejuízo funcional (55% com PPS < 30%), tem origem da UTI e falecem durante o internamento.

Referências

Manual da residência de cuidados paliativos: abordagem multidisciplinar. Santana de Parnaíba, SP: Manole. Acesso em: 02 set. 2024, 2022
MINISTÉRIO da Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0019_03_01_2002.html. Acesso em: 2 set. 2024.
SOUZA, Lorena Campos de et al. Análise da evolução histórica do conceito de cuidados paliativos: revisão de escopo. Acta Paulista de Enfermagem, v. 35, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022ar018066. Acesso em: 2 set. 2024.
Disponível em: https://www.mypcnow.org/fast-fact/the-palliative-performance-scale-pps/. Acesso em: 2 set. 2024.
Manual de cuidados paliativos / Maria Perez Soares D’Alessandro (ed.) ... [et al.]. – 2. ed.São Paulo: Hospital Sírio-Libanês; Ministério da Saúde, 2023

Palavras Chave

PPS; DESFECHO; Cuidados Paliativos

Área

Outras áreas

Instituições

Hospital Universitário Walter Cantídio-HUWC - Ceará - Brasil

Autores

LARA RIBEIRO SANTIAGO FREITAS, LUANA MARIA DE OLIVEIRA ROSADO, MARIA EUGÊNIA BALTAZAR GUIMARÃES, CINARA FRANCO DE SÁ NASCIMENTO ABREU, LUCIANA LEITE DE FIGUEIREDO MAGALHÃES, AMÁLIA CLAUDIA FACUNDO DE BRITO